O pedido foi enviado por carta, assinada por 120 pessoas afetadas pela tragédia, que solicitam à Organização das Nações Unidas (ONU) para avançar com a investigação, face à falta de resultados obtidos pelo Governo libanês para provar "violações dos direitos humanos".
As vítimas queixam-se, especialmente, da violação "do direito fundamental à vida, e de obstrução à justiça".
Passado um ano e meio do sinistro, não foi possível conseguir avanços no Líbano, apesar de tentativas de revelar aos investigadores judiciais a responsabilidade de ex-dirigentes de altos cargos, a quem são imputados ou suspeitos de negligência no caso.
"Os atuais desafios e as falhas sistemáticas que interferem com a investigação interna (...) tornam cada vez mais e mais improvável que as vítimas e sobreviventes da explosão cheguem à verdade e garantam a justiça", reza a missiva, difundida pela Organização Não Governamental LAW, ligada à iniciativa.
Os signatários denunciam a falta de atenção aos pedidos enviados ao Governo e consideram que a única saída passa por iniciar uma investigação independente internacional, para a qual solicitam uma reunião com a Alta-Comissária Bachelet a fim de estudar um possível envolvimento da ONU no processo.
Centenas de toneladas de nitrato de amónio que explodiram em Beirute estavam há anos armazenados no porto da cidade sem medidas de segurança, e líderes como o presidente libanês, Michel Aoun, e o então primeiro-ministro, Hasan Diab, reconheceram que sabiam da sua existência antes da tragédia.
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