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Putin: A criança que brincava com ratos e deixou o mundo em choque

De que forma a infância do presidente russo o pode ter tornado o homem que é hoje? A história por detrás do homem que começou uma guerra e colocou o mundo à beira de um ataque de nervos.

Putin: A criança que brincava com ratos e deixou o mundo em choque
Notícias ao Minuto

10:44 - 13/03/22 por Notícias ao Minuto

Mundo Vladimir Putin

Hoje conhecemo-lo por Vladimir Putin, o presidente russo que lançou uma ofensiva militar na Ucrânia sob pretexto de querer "desnazificar" o país. Mas que história se esconde por detrás do homem que governa a Rússia há mais de 20 anos e planeia manter-se no poder até 2036?

Putin cresceu nos anos 60, numa família pobre e com poucos recursos. O líder russo morava com a família num apartamento comunitário, infestado de ratos, no então Leningrado. 

O apartamento era partilhado por outras famílias, segundo descreve o jornal New York Post, e poucas ou nenhumas condições sanitárias tinha.

A casa de banho era inexistente, e o local onde tomavam banho muitas vezes nem água quente tinha. 

Para chegar ao apartamento no quinto andar, Putin tinha de subir um lance de escadas cheias de ratos. Primeiro afastava os animais com um pau e fugia deles, até que começou a observá-los e ao seu comportamento, numa espécie de passatempo. 

O "rato encurralado" e como isso o moldou para estar pronto a atacar

Na sua autobiografia oficial 'First Person', Putin conta como certa vez encurralou um desses ratos que, em resposta, o atacou. A sua vida e carreira viriam a ter muitos desses momentos de “rato encurralado” e isso moldou o outrora espião russo. 

Um desses momentos, que marcou permanentemente o líder russo, foi quando trabalhava enquanto oficial do KGB (principal organização de serviços secretos da União Soviética) durante a queda do Muro de Berlim, em 1989.

Uma multidão de alemães furiosos invadiu o Ministério da Segurança da Rússia (MGB), em Dresden, levando Putin a ter de falar com os manifestantes. Falou em alemão o que fez com que os alemães desconfiassem sobre o porquê de um oficial militar soviético comum falar alemão tão bem. 

Putin fala perfeitamente alemão uma vez que durante vários anos representou os serviços secretos soviéticos (KGB) em Dresden, na ex-República Democrática Alemã (RDA).

O líder russo mentiu afirmando que era tradutor e solicitou forças armadas de apoio, mas foi-lhe negado esse apoio porque “nada poderia ser feito sem ordens de Moscovo, e Moscovo ficou em silêncio”.

Os militares soviéticos acabaram por chegar, mas a sensação de estar encurralado permaneceu em Putin e, por isso, o líder russo aprendeu a estar sempre pronto a atacar, tal como o rato da sua infância.

Numa outra biografia, 'Vladimir Putin. Historia de vida', há excertos que podem indicar que o presidente russo não irá recuar nesta guerra contra a Ucrânia: "Acabei por entender que se se quer vencer, então tem que se lutar até ao fim em cada luta, como se fosse a última e decisiva batalha… é preciso assumir que não há recuo”.

Putin acredita ser um alvo dos EUA

Outro evento que marcou a personalidade de Vladimir foi a captura de Saddam Hussein por soldados americanos em 2003. 

Após ser condenado por crimes contra a humanidade pelo Tribunal Especial do Iraque, Hussein foi condenado à morte por enforcamento, e Putin ficou chocado com as imagens da sua execução.

O então espião considerou a “execução atroz e bárbara” e achou que os EUA haviam deliberadamente derrubado Saddam e o seu regime com base no falso pretexto de o Iraque ter armas de destruição em massa. As secretas da Rússia sabiam que Saddam não dizia a verdade sobre a posse destas armas, portanto Putin concluiu que a inteligência dos EUA era incompetente por não saber disto. Desde então, Putin não olhou para os Estados Unidos da América com os mesmos olhos.

Em outubro de 2011, a morte do líder da Líbia, Moammar Khadafy, nas mãos de seu próprio povo também chocou Putin. Mais tarde, a secretária de Estado Hillary Clinton admitiu que brincou sobre a morte de Khadafy, afirmando: “nós viemos, vimos, ele morreu”. Este foi outro ponto negativo dos EUA que levou Putin a acreditar nas más intenções do país.

A juntar à paranoia de Vladimir Putin, em dezembro de 2011, ocorreu em Moscovo o maior protesto contra o governo desde o colapso da URSS após Putin ter anunciado que concorreria à presidência pela terceira vez. 

Nessa altura, Clinton criticou o resultado das eleições parlamentares da Rússia, que deram ao Partido Rússia Unida de Putin 50% dos votos e insinuou fraude. Esse 'golpe final' levou Putin a acreditar numa conspiração americana de que os EUA estavam a construir um movimento de oposição dentro do seu próprio país para derrubar o regime.

Todos estes pontos levaram Putin a convencer-se de que é o próximo alvo dos Estados Unidos da América.

Perante as considerações americanas de que o líder russo está "louco", Putin volta a sentir-se como o "rato encurralado" da sua infância. Essa é uma das razões que leva o chefe de Estado russo a atacar o Ocidente, ameaçando com uma guerra nuclear, em vez de chegar a acordo com Zelensky. 

Além disto, a sua crença de que não pode recuar para vencer fará com que Putin dificilmente abrande a sua ofensiva em busca de conquistar os seus objetivos. 

A invasão russa iniciou-se na madrugada de dia 24 de fevereiro sob pretexto de "desnazificação" do país. A generalidade da comunidade internacional condenou veemente o ataque e as sanções económicas rapidamente chegaram à Rússia numa tentativa de isolar o país e fazer com que pare a guerra. 

Putin aliou-se a Lukashenko, presidente da Bielorrússia, e não demonstra sinais de querer um acordo para pôr fim à guerra. 

Leia Também: Ucrânia. Mais um autarca alegadamente raptado pelas forças russas

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