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Rússia assegura continuidade de apoio militar ao Mali

A Rússia pretende continuar a colaborar militarmente com o governo de transição no Mali, o qual tem mantido várias reuniões nos últimos dias com as autoridades russas, em que se inclui a visita do ministro da Defesa a Moscovo.

Rússia assegura continuidade de apoio militar ao Mali
Notícias ao Minuto

23:40 - 11/03/22 por Lusa

Mundo Mali

O ministro dos Negócios Estrangeiros do Mali, Abdoulaye Diop, reuniu-se quinta-feira à tarde com o embaixador russo no país, Igor Gromyko, com quem discutiu formas de reforçar a amizade, solidariedade e cooperação entre a Rússia e o Mali, segundo fontes próximas das duas partes consultadas pela agência Efe.

Paralelamente, uma delegação da junta militar maliana, no poder após dois goles de Estado, chefiada pelo seu ministro da Defesa, coronel Sadio Câmara, viajou no passado fim de semana para a Turquia e depois para a Rússia, em cuja capital ainda se encontrava na quinta-feira.

Segundo fontes diplomáticas e militares, a Rússia transmitiu às autoridades malianas a sua vontade em continuar a colaboração militar com o governo de transição do país africano.

As mesmas fontes especificaram que o objetivo desta visita é "fazer uma avaliação do equipamento militar entregue nos últimos meses pela Rússia ao Exército do Mali e possivelmente discutir a entrega de equipamento adicional".

A Rússia exerce influência crescente no Mali, país afetado pela violência 'jihadista' e pela instabilidade política para o qual Moscovo vende armas e onde alegadamente estão presentes mercenários do grupo Wagner, propriedade de um oligarca próximo do Presidente russo, Vladimir Putin.

A invasão russa da Ucrânia coincide com a retirada do Mali das tropas antiterroristas lideradas pela França que ali estavam presentes desde 2013, um vazio que a Rússia, que goza da simpatia do povo maliano, pretende aproveitar.

Consultado pela Efe, o analista maliano Massiré Diop acredita que ainda é "muito cedo" para avaliar a eficácia do apoio russo às forças antiterroristas do Mali, mas o recrudescimento dos ataques 'jihadistas' nos últimos meses "faz temer o pior".

Abdoulaye Diop defende a diversificação dos aliados internacionais do Mali e, sobretudo, a necessidade de aumentar os intercâmbios com os "parceiros tradicionais" do país africano (referindo-se à França e outros países da Europa Ocidental).

Os malianos temem que a continuação do conflito na Ucrânia, na sequência da invasão russa, possa forçar a Rússia a minimizar o seu apoio militar às forças governamentais no Mali, o que abrirá caminho para o surgimento de grupos terroristas, disseminados neste e em outros países da instável área do Sahel.

Desde que os militares chegaram ao poder após dois golpes separados em agosto de 2020 e maio de 2021, a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) decretou duras sanções económicas contra a junta militar maliana para a obrigar a realizar eleições, medidas que gozam da aprovação dos países ocidentais.

No entanto, a Rússia apoia as autoridades militares de Bamaco, que defendem um período de transição de cinco anos antes de eleições, e defendeu que o regresso à ordem constitucional deve ser feito tendo em conta a situação no terreno. Principalmente, em referência ao avanço da luta contra o terrorismo.

Organizações 'jihadistas' leais à Al-Qaida e ao grupo extremista Estado Islâmico operam no Mali, realizando ataques constantes, tendo os últimos três provocado a morte de dois 'capacetes azuis' da missão das Nações Unidas (Minusma) e cerca de 50 soldados malianos.

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