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Forças armadas alemãs questionam preparação face a eventual conflito

Várias figuras ligadas às forças armadas da Alemanha questionaram a preparação do Exército federal (Bundeswehr) perante um eventual conflito, depois da incursão militar russa na Ucrânia, que começou esta semana.

Forças armadas alemãs questionam preparação face a eventual conflito
Notícias ao Minuto

11:17 - 25/02/22 por Lusa

Mundo Ucrânia

O general retirado Egon Ramms afirmou hoje que, no caso de uma agressão, o Exército alemão não seria capaz de defender o país de um hipotético ataque, segundo uma entrevista à televisão pública ZDF, citada pela agência Efe.

A Bundeswehr "pode atualmente cumprir os compromissos que tem com a NATO, mas não muito mais do que isso", afirmou Ramms, que atribuiu a situação à falta de financiamento, à redução do tamanho do exército e a uma menor produção de munições e peças suplentes.

O próprio Inspetor do Exército, Alfons Mais, expressou-se na quinta-feira em termos parecidos e indicou que a Bundeswehr "está mais ou menos sem cobertura" e acrescentou que as opções para oferecer apoio à aliança atlântica são "extremamente limitadas".

O oficial das forças armadas alemãs de mais alto escalão criticou duramente a política seguida até à data face à Rússia, e escreveu, numa publicação na rede social Linkedin, que "todos o viram a vir", em relação ao conflito na Ucrânia.

"Não fomos capazes de fazer ouvir os nossos argumentos, de tirar conclusões da anexação da Crimeia e de as pôr em prática", acrescentou.

A comissária do parlamento alemão para as forças armadas, Eva Högl, também expressou, na quinta-feira, dúvidas em relação à preparação da Bundeswehr perante um eventual conflito e pediu uma reestruturação urgente.

"A capacidade de arranque a frio não é a que deveria ser", afirmou numa entrevista com a televisão Phoenix e admitiu que, relativamente à necessidade de uma remodelação, não esperava que "ocorresse de forma tão rápida e tão brutal".

Eva Högl apontou como exemplo que alguns soldados alemães destacados na Lituânia, fazendo parte do grupo de combate da NATO, têm falta de roupas contra o frio e a humidade, algo que "não é aceitável num dos países mais ricos do mundo".

Esta semana, a Alemanha anunciou que aumentará o seu contingente de soldados estacionados no país báltico - contando agora com 850 efetivos - e a comissária não descartou que outros estados do leste da Europa peçam mais apoio militar.

Segundo o semanário Der Spiegel, a ministra da Defesa, Christine Lambrecht, equaciona dar à NATO o destacamento de mais 150 soldados e uma dezena de tanques para o flanco oriental, assim como sistemas de defesa antiaérea Patriot.

Esta quinta-feira, depois do início da incursão russa na Ucrânia, a Alemanha implementou as denominadas medidas de alarme nacional depois da decisão da NATO, que implicam que a Bundeswehr se preparará para um destacamento fazendo parte das forças de resposta da aliança.

Num comunicado, o Ministério da Defesa alemão advertiu que isso poderia supor que nos próximos dias se produzam movimentos de veículos militares e que se produzam interrupções de trânsito em algumas estradas do país.

A Rússia lançou na quinta-feira de madrugada uma ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já provocaram pelo menos mais de 120 mortos, incluindo civis, e centenas de feridos, em território ucraniano, segundo Kiev. A ONU deu conta de 100.000 deslocados no primeiro dia de combates.

O Presidente russo, Vladimir Putin, disse que a "operação militar especial" na Ucrânia visa "desmilitarizar e desnazificar" o seu vizinho e que era a única maneira de o país se defender, precisando o Kremlin que a ofensiva durará o tempo necessário, dependendo de seus "resultados" e "relevância".

O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional e motivou reuniões de emergência de vários governos, incluindo o português, e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), União Europeia (UE) e Conselho de Segurança da ONU, tendo sido aprovadas sanções em massa contra a Rússia.

Leia Também: AO MINUTO: Rússia quer "libertar ucranianos"; Explosões em Kiev

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