Argentina critica reforço do armamento do Reino Unido nas Ilhas Malvinas

O Governo argentino rejeitou hoje de forma veemente a última colocação de armas britânicas nas Ilhas Malvinas, um arquipélago cuja soberania, reivindicada pela Argentina, é detida pelo Reino Unido desde 1833.

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Lusa
29/01/2022 15:17 ‧ 29/01/2022 por Lusa

Mundo

Ilhas Malvinas

Numa declaração, o ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) do país sul-americano criticou a instalação nas ilhas do sistema antiaéreo "Sky Sabre", que tem um alcance três vezes superior ao dos mísseis do tipo Rapier instalados até à data.

"Esta é uma nova e injustificada demonstração de força e um afastamento deliberado dos apelos das numerosas resoluções das Nações Unidas e de outros organismos internacionais, que exortam tanto a Argentina como o Reino Unido a retomar as negociações a fim de encontrar uma solução pacífica e definitiva para a disputa de soberania envolvendo os dois países na questão das Ilhas Malvinas", refere a declaração do Governo argentino.

Para o MNE argentino, a "persistência" britânica em expandir o seu arsenal militar no Atlântico Sul viola a resolução 31/49 da Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU), que insta ambas as partes a se absterem de adotar "decisões unilaterais" que alterem a situação nas ilhas enquanto prosseguem as negociações de soberania recomendadas pela ONU.

Esta presença militar viola também, segundo o Governo argentino, a resolução 41/11 da Assembleia, que apela aos dois países para respeitarem a região do Atlântico Sul como uma "zona de paz e cooperação, nomeadamente através da redução e eventual eliminação da presença militar naquela região".

"Neste sentido, o alegado estatuto defensivo da base militar britânica no Atlântico Sul não só é totalmente injustificado como também representa uma ameaça para toda a área", acrescenta o Governo, concluindo que a Argentina mantém a sua "vocação pacífica" e a sua "vontade constante" de retomar as negociações com o Reino Unido.

No início do ano, o Governo argentino apresentou a "agenda" de ações que pretende implementar para comemorar o 40.º aniversário da guerra com o Reino Unido sobre as Ilhas Malvinas e para reforçar a reivindicação argentina de soberania sobre o arquipélago no Atlântico Sul.

Os dois países lutaram pela soberania das Ilhas Malvinas -- conhecidas pelos britânicos como Ilhas Falkland -- numa guerra que começou em 02 de abril de 1982, com o desembarque de tropas argentinas no arquipélago, e terminou em junho desse ano com a rendição às forças britânicas. Esta guerra resultou na morte de 255 britânicos, três ilhéus e 649 argentinos.

Desde o fim da guerra, o Reino Unido tem recusado retomar as negociações com a Argentina, apesar dos repetidos apelos internacionais ao diálogo.

Leia Também: Reino Unido mobilizou 31 armas nucleares durante a guerra das Malvinas

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