Ucrânia. Ministro letão pede maior investimento militar devido a ameaça
O ministro da Defesa da Letónia, Artis Pabriks, pediu hoje um aumento do investimento militar do país báltico, de 2% para 2,5% nos próximos três anos, devido à crescente ameaça da Rússia na região.
© Ozge Elif Kizil/Anadolu Agency via Getty Images
Mundo Ucrânia
Artis Pabriks alertou no parlamento letão que "a política externa russa mudou para pior".
"Neste momento, a Ucrânia é apenas um meio para avançar. O objetivo é dividir a União Europeia e a NATO para que a Rússia possa dominar estrategicamente. Não é apenas uma questão da Ucrânia, mas da unidade de todo o continente", adiantou o ministro, citado em comunicado.
De acordo com Pabriks, o aumento do investimento na Defesa serviria para melhorar a capacidade de combate das forças armadas letãs e desenvolver a indústria militar daquele país báltico.
A Letónia produz atualmente munições para armas pequenas, 'drones' e outros equipamentos militares, tendo assinado também um acordo com a empresa finlandesa Patria para construir viaturas blindadas 6x6 desenhadas no país nórdico.
O orçamento de Defesa da Letónia para 2022 é de 758 milhões de euros, o que representa 2% do PIB, conforme exigido pelos objetivos da NATO.
Os três países bálticos - Lituânia, Estónia e Letónia - têm cerca de 15.000 soldados e efetivos da guarda nacional, além de 3.000 de reserva.
As declarações do ministro da Defesa letão, membro do partido liberal Pelo Desenvolvimento, que faz parte da coligação liderada pelo primeiro-ministro Krisjanis Karins, surgem no contexto do debate anual sobre política externa.
Pabriks também aludiu à questão da segurança energética, em particular a energia nuclear.
Em 2006, os chefes de governo da Lituânia, Estónia e Letónia assinaram um acordo para convidar as empresas estatais de energia a investir na construção de uma nova central termoelétrica em território lituano para fornecer energia aos três países.
O projeto, no entanto, foi rejeitado em 2012 depois da maioria dos lituanos ter votado contra num referendo não vinculativo.
Artis Pabriks também expressou o seu apoio a um sistema europeu comum de vigilância de fronteiras e gestão de pedidos de asilo, afirmando que é inadmissível que haja investimento na manutenção de centros de acolhimento de refugiados, enquanto a proteção de fronteiras "fica sem financiamento".
Por fim, o governante exortou os deputados a apoiarem uma proposta dos ministérios da Defesa dos três países bálticos de transformar a região numa área operacional, o que permitiria aos respetivos exércitos circularem pelos três territórios com menos burocracia.
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