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Centenas pedem à ONU investigação sobre massacre de 1988 no Irão

Centenas de pessoas, incluindo prémios Nobel, pediram, numa carta enviada hoje ao Conselho de Direitos Humanos da ONU, a abertura de uma investigação internacional sobre o massacre de milhares de presos políticos no Irão em 1988.

Centenas pedem à ONU investigação sobre massacre de 1988 no Irão
Notícias ao Minuto

14:12 - 27/01/22 por Lusa

Mundo ONU

"Acreditamos que já é altura de o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, de Michelle Bachelet, investigar o massacre de 1988", escreveram os signatários, onde se incluem organizações internacionais, ex-políticos e antigos responsáveis das Nações Unidas, ex-magistrados e juristas, bem como laureados com o Prémio Nobel, como o antigo Presidente de Timor-Leste José Ramos-Horta.

Referindo-se ao Presidente ultraconservador do Irão, Ebrahim Raissi, e ao diretor da Autoridade Judicial, Gholam-Hossein Mohseni Ejei, os signatários lamentam que "os responsáveis continuem a gozar de impunidade".

A carta, coordenada pela associação Justiça para as Vítimas do Massacre de 1988 no Irão (JVMI), com sede em Londres, adianta ainda temer que essa impunidade "incentive as autoridades iranianas a cometer mais atrocidades contra dissidentes e presos políticos".

De acordo com ativistas de direitos humanos, milhares de pessoas, incluindo partidários ou membros da formação 'Mujahedine' (combatentes pela 'jihad') do Povo e prisioneiros marxistas ou de esquerda foram mortos em prisões do Irão, sem qualquer julgamento, por ordem do então líder supremo, o 'ayatollah' Khomeini.

O Presidente foi acusado pela Amnistia Internacional de ter sido membro de uma "Comissão da Morte" que realizou as execuções, quando era vice-procurador do tribunal revolucionário de Teerão.

"Milhares de presos políticos que se recusaram a desistir das suas crenças foram executados", diz a carta, acrescentando que "as vítimas foram enterradas em valas comuns espalhadas por todo o país".

Em outubro passado, o Conselho Nacional de Resistência do Irão (CNRI), movimento de oposição ao regime iraniano no exílio, apresentou à polícia escocesa uma queixa contra o Presidente Raissi por genocídio e violações dos direitos humanos.

O CNRI, proibido no Irão, é a face política dos 'Mujahedine' do Povo (MEK, na sigla persa), descrito por Teerão como uma "seita terrorista".

Raissi, que negou ter estado envolvido nessas execuções, consta, no entanto, da lista negra de autoridades iranianas sancionadas por Washington por "cumplicidade em graves violações de direitos humanos".

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