O parlamento da Catalunha deve aprovar esta quarta-feira uma resolução que perdoará mais de mil pessoas (a maioria mulheres) que foram condenadas pelo crime de bruxaria no século XVII. Segundo o El Periodico, a medida prova "reparar a memória histórica" de uma prática classificada pelo presidente da Catalunha de "feminicídio institucionalizado".
A resolução tem o apoio tanto dos partidos nacionalistas como dos partidos à esquerda.
Segundo o documentário da TV3 "Bruxas, a grande mentira", citado pelo The Guardian, foram condenadas à morte cerca de 50 mil pessoas entre 1580 e 1630 - cerca de 80% eram mulheres.
O assassínio de alegadas bruxas era uma prática comum na Europa, mas em Portugal e Espanha as maiores práticas de condenação à morte em massa eram encabeçadas pela Inquisição.
Na Catalunha, no entanto, eram comuns as caças às bruxas, culpadas por causarem mortes de crianças (que também eram comuns, tendo em conta as condições de saúde dos pais e dos bebés) e desastres naturais.
Qualquer mulher com uma posição mais firme na sociedade feudal da Catalunha era suspeita da prática de atividades como a bruxaria, o que 'justifica' que a esmagadora maioria das condenadas seja mulheres.
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