Horas antes do rei Filipe VI de Espanha chegar à ilha de Porto Rico, para comemorar o 500.º aniversário da construção da capital de San Juan, a estátua do explorador e conquistador Juan Ponce de León foi derrubada sem a autorização do governo local.
Segundo o The Guardian, citando declarações ao El Nuevo Día, o presidente da câmara municipal da cidade, Miguel Romero, classificou o incidente como um "ato de vandalismo".
"Alguns indivíduos aproximaram-se da estátua e causaram danos", diz também o relatório da polícia, citado pelos média locais.
Tanto Miguel Romero como as autoridades desvalorizaram o incidente e focaram-se na celebração do aniversário da capital, que data de 1521, sendo que as celebrações foram adiadas no ano passado devido à pandemia.
The statue of Spanish colonizer Juan Ponce de León in San Juan is destroyed on the same day the King of Spain is scheduled to visit Puerto Rico. Picture by Telemundo. pic.twitter.com/EBW2euZYPM
— Bianca Graulau (@bgraulau) January 24, 2022
Os órgãos de comunicação social locais dão conta de que um grupo conhecido como as Forças Libertárias Boriken assumiu a responsabilidade pelo derrube da estátua, alegando que não querem "nem reis nem invasores 'gringo'" - e aproveitam também para fazer referência ao facto de o Porto Rico não ser totalmente independente e pertencer aos Estados Unidos da América.
Boriken é ainda o nome dado à ilha pelos nativos Taíno, que habitavam o território antes dos castelhanos chegarem.
A ilha de Porto Rico foi o segundo território americano descoberto pelos europeus, quando Cristóvão Colombo chegou ao país em 1493. Ponce de León foi o primeiro governador da ilha, que começou por ser colonizada por castelhanos. Hoje sabe-se que as doenças trazidas pelos castelhanos dizimaram praticamente a totalidade da população indígena Taíno.
A vandalização da estátua de Ponce de León surge depois de nos últimos dois anos, desde a morte de George Floyd nos EUA, uma série de estátuas por todo o mundo terem sido derrubadas em protestos antirracistas e anticolonialistas, levando a um debate sobre a conservação de estátuas e monumentos de figuras ligadas a este período histórico.
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