"Falta de transparência" em investigação a fogo em prisão do Burundi
A Human Rights Watch (HRW) acusou hoje as autoridades do Burundi de não investigarem de forma "transparente, credível e imparcial" o incêndio na prisão de Gitega, a 07 de dezembro, em que, estima, "várias centenas de prisioneiros" morreram ou ficaram feridos.
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Mundo Human Rights Watch
Segundo um relatório oficial, apresentado no mesmo dia pelo vice-presidente do Burundi Prosper Bazombanza, 38 dos 1.500 reclusos morreram e outros 69 ficaram feridos no incêndio, que deflagrou por volta das 04:00 da manhã na prisão central de Gitega, degradada e superlotada, na capital política do Burundi.
"Mais de um mês após a tragédia (...), o governo não conseguiu dar um relato completo e verdadeiro do que aconteceu e tratar com dignidade os familiares dos falecidos", disse Lewis Mudge, diretor da ONG para a África Central, numa declaração.
Assim, a HRW apela às autoridades do Burundi para que "examinem as circunstâncias em que se desencadeou e alastrou [o incêndio], a resposta das autoridades e a não evacuação dos prisioneiros, e para que contem e identifiquem com precisão os mortos e feridos".
"Devem comunicar as suas conclusões de forma transparente - incluindo os nomes dos mortos e dos feridos - e processar judicialmente qualquer pessoa que possa ser considerada responsável, se necessário", acrescentou a ONG.
O incêndio apanhou alguns prisioneiros a dormir, um deles entrevistado por telefone pela HRW disse que, enquanto muitos dos seus companheiros de prisão tinham sobrevivido no seu bloco, "noutros blocos não acordaram a tempo e muitos morreram".
"Os guardas chegaram às 06:00, mas nessa altura já era demasiado tarde. Entre as 04:00 e as 06:00 da manhã, havia apenas os prisioneiros e o incêndio", acrescentou o mesmo preso.
De acordo com as autoridades, o incêndio foi causado por um curto-circuito. O vice-presidente tinha mencionado as "pequenas ligações de bricolage, anárquicas" feitas pelos prisioneiros para "ter uma pequena ficha para carregar um telefone, uma pequena lâmpada para iluminação".
A prisão central de Gitega, a terceira maior do país construída em 1926, já tinha sido atingida em agosto por um incêndio causado, oficialmente, por um curto-circuito, sem, no entanto, causara baixas.
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