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Homem que traiu Anne Frank identificado 77 anos depois

A investigação revela ainda que o pai da Anne Frank poderia já saber quem foi o denunciante da família

Homem que traiu Anne Frank identificado 77 anos depois
Notícias ao Minuto

15:04 - 17/01/22 por Notícias ao Minuto com Lusa

Mundo Anne Frank

Um novo estudo concluiu que foi um notário judeu de Amesterdão, Arnold van den Bergh, que terá revelado o endereço do Anexo Secreto, onde Anne Frank e a sua família estavam escondidos

Sabe-se agora, segundo a BBC, que terá feito um acordo com os nazis em troca de garantir a segurança da sua própria família. 

Arnold van den Bergh tinha sido membro do Conselho Judaico de Amesterdão - um órgão forçado a implementar a política nazi nas áreas judaicas. Foi dissolvido em 1943 e os seus membros foram enviados para campos de concentração, mas van den Bergh não foi e continuou a viver em Amesterdão.  "Quando van den Bergh perdeu toda a sua série de proteções que o isentavam de ter de ir para os campos, teve de fornecer algo valioso aos nazis com quem teve contacto para o deixarem a ele e à sua mulher, nessa altura, ficar em segurança", explicou o ex-agente do FBI Vince Pankoke ao programa 60 Minutos, da CBS.

A equipa, de investigação, composta composta por historiadores, um ex-agente do FBI e outros peritos, passou seis anos a estudar o caso com técnicas de investigação como a utilização de algoritmos informáticos para procurar ligações entre diversas pessoas. 

A equipa de investigadores confessa ter resistido à revelação de que o denunciante seria outro judeu. Terão encontrado provas que sugerem que Otto Frank, pai da Anne, pode ter sido informado de quem era o seu denunciante, e manteve-o em segredo. Vince Pankoke considera que o antissemitismo pode ter sido a razão deste facto nunca ter sido revelado.

Anne Frank nasceu em Frankfurt (centro da Alemanha) em 12 de junho de 1929, no seio de uma família judia que em 1934 fugiu dos nazis para os Países Baixos.

Em 1940, as tropas nazis invadiram os Países Baixos e em 1942 intensificaram a perseguição aos judeus naquele país, o que obrigou a sua família a esconder-se nos fundos de uma casa (anexo), em conjunto com outras famílias judias, no qual permaneceram durante dois anos.

Anne Frank começou a escrever o 'Diário' em 12 de junho de 1942 quando completou 13 anos. "Espero poder confiar-te tudo o que não pude confiar a ninguém", refere a primeira anotação.

A última passagem descrita no livro está datada de 1 de agosto de 1944, três dias antes de os nazis terem descoberto o esconderijo e detido a sua família e os restantes judeus.

O 'Diário' ficou em Amesterdão e foi conservado pelos empregados de Otto Frank, pai de Anne Frank, a quem entregaram os escritos depois do fim da guerra.

Anne Frank morreu em março de 1945 e poucas semanas depois o campo de concentração de Bergen-Belsen foi libertado pelos britânicos.

Das oito pessoas que foram detidas na casa "esconderijo" de Anne Frank o seu pai foi o único que sobreviveu ao cativeiro.

O 'Diário de Anne Frank', escrito originalmente em holandês, foi traduzido em dezenas de idiomas e é considerado um dos "documentos chave" da época nazi.

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