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Presidente timorense lança recandidatura nas presidenciais de março

O Presidente timorense, Francisco Guterres Lú-Olo, lançou hoje oficialmente a sua recandidatura ao cargo, nas eleições presidenciais de março, que avança com o apoio de 120 mil assinaturas já recolhidas em todo o país.

Presidente timorense lança recandidatura nas presidenciais de março
Notícias ao Minuto

06:40 - 16/01/22 por Lusa

Mundo Francisco Guterres Lu-Olo

"Sinto-me verdadeiramente honrado com a confiança que os compatriotas depositam em mim. Uma confiança vinda do nosso povo soberano. Uma confiança que eu assumo como um extraordinário compromisso para me recandidatar a Presidente da República para o mandato de 2022-2027", afirmou em Ermera, a sudoeste de Díli.

"Uma confiança vinda de veteranos, da geração patriota, dos mais velhos até à juventude Lorico Aswain, dos proprietários de várzeas e de hortas, dos produtores de café, dos trabalhadores do setor público e privado, dos estudantes, intelectuais e académicos, de todos os municípios e da Região Administrativa Especial de Oecusse-Ambeno (RAEOA)", disse.

Lú-Olo anunciou formalmente a sua candidatura no que disse ser um "local histórico", a Paróquia Imaculada Conceição, na vila de Ermera, cerca de 67 quilómetros sudoeste da capital, Díli, onde os "guerrilheiros heróis se reuniram inúmeras vezes com o comandante Nino Konis Santana", que foi chefe do Conselho Executivo da Luta, Frente Armada e Secretário da Comissão Diretiva da Fretilin.

O chefe de Estado recordou que ele próprio substituiu Konis Santana como secretário da Comissão Diretiva da Fretilin aquando da morte deste em 11 de março de 1998 em Mirtutu, uma aldeia da região de Ermera.

"A partir desse preciso momento, comprometi-me que seguiria as suas pegadas, como líder político, no processo de libertação da pátria e de todo o povo. Hoje, é neste local sagrado que aceito a confiança de mais de 120 mil compatriotas para ser, uma vez mais, o Presidente da República de Timor-Leste e de todo o povo", considerou.

Lú-Olo disse que se recandidata comprometido em "reavivar a missão de Konis Santana".

"Em Timor-Leste não há 'Lorosae' nem 'Loromonu', somos um só povo, uma só pátria", disse, numa referência a algumas divisões que permanecem entre o leste e o oeste do país.

Prometendo seguir as pegadas de Konis Santana e do ex-Presidente Nicolau Lobato, Lú-Olo recordou a sua vitória na primeira volta das presidenciais de 2017 -- na altura contava com o apoio de Xanana Gusmão -- e relembrou os desafios do seu mandato.

"Enfrentei inúmeros desafios e dificuldades, mas com a calma e inteligência de todo o povo, temos vindo a viver em sossego até aos dias de hoje. Através de todas estas experiências fui aprendendo a servir cada vez mais e melhor como Presidente de todo o povo", afirmou.

No mesmo palco, José Lobato, filho do líder histórico Nicolau Lobato, reafirmou o apoio ao atual chefe de Estado, considerando que no seu primeiro mandato Francisco Guterres Lú-Olo, que ainda é presidente da Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin), se manteve equidistante dos partidos.

"No exercício do seu mandato, notou grandes esforços para manter equidistância dos vários partidos incluindo o seu. Isso é o que vi desde 2017, vários diplomas, incluindo alguns preparados pelo seu próprio partido, a serem vetados pelo Presidente", afirmou Lobato.

"Isso mostra que o Presidente manteve o seu papel de regulador do sistema", disse, criticando os que se têm manifestado contra o atual chefe de Estado.

No discurso de anúncio de candidatura, Lú-Olo disse que "só através do diálogo e de entreajuda, orientados por líderes que querem verdadeiramente servir o povo" é que será possível "consolidar a democracia, a paz e estabilidade, e promover um desenvolvimento socioeconómico para a extinção da pobreza em todas as suas dimensões".

E detalhou os compromissos da sua candidatura, incluindo continuar "intransigente e com coragem" a tomar as decisões que a força da constituição e a sua própria consciência lhe conferem,  trabalhando para "contribuir para a consolidação do Estado de Timor-Leste e do bem-estar de todo o povo".

A defesa da unidade do Estado e do povo, do diálogo com os titulares dos órgãos de soberania para "responder às preocupações do povo" e com os partidos "na busca de consensos" são outros compromissos do candidato.

Lú-Olo disse que continuará a defender a inclusão e a justiça social, permanecendo "intransigente na luta contra a injustiça e a corrupção, colusão e nepotismo", promovendo a democracia e o desenvolvimento sustentável".

"Hoje, volto a assumir o compromisso de ser o Presidente de todos e para todos, no mandato de 2022 a 2027. Ninguém será posto de lado, não haverá preferência por um grupo em detrimento de outrem", afirmou.

A primeira volta das eleições presidenciais decorre a 19 de março, com as candidaturas a terem que ser apresentadas até 04 de fevereiro e a campanha a decorrer na primeira quinzena de março.

Leia Também: Eleições presidenciais em Timor-Leste marcadas para 19 de março

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