Meteorologia

  • 19 ABRIL 2024
Tempo
15º
MIN 14º MÁX 21º

Requerida demissão do ministro do Interior francês, acusado de violação

A procuradoria de Paris requereu na quarta-feira a demissão do ministro do Interior francês, Gérald Darmanin, acusado de violação desde 2017, indicou hoje aquela entidade judicial.

Requerida demissão do ministro do Interior francês, acusado de violação
Notícias ao Minuto

17:17 - 13/01/22 por Lusa

Mundo Procuradoria

"Tomamos nota desse pedido de demissão e aguardamos a decisão definitiva da juíza de instrução", indicaram, por seu lado os advogados do ministro, Mathias Chichportich e Pierre-Olivier Sur.

Neste caso de elevada sensibilidade política, que já foi alvo de longas disputas processuais, cabe agora à juíza de instrução tomar a decisão final.

A magistrada tinha atribuído ao ministro o estatuto de testemunha cooperante no caso em dezembro de 2020, antes de o confrontar, em março, com a queixosa, Sophie Patterson-Spatz, durante nove horas.

Desde a primeira queixa, apresentada em 2017, Patterson-Spatz acusa Darmanin de violação, assédio sexual e abuso de confiança.

Em 2009, a queixosa contactou o deputado, então responsável dos assuntos jurídicos do partido conservador UMP (antigo LR, Os Republicanos), para obter um apoio para rever uma condenação de 2004 de um ex-namorado seu por chantagem e telefonemas mal-intencionados.

Segundo Sophie Patterson-Spatz, Darmanin ter-lhe-á proposto a sua ajuda junto do ministério através de uma carta, em troca de favores sexuais que ela terá aceitado, sentindo-se obrigada a pagar-lhe de alguma forma, como relatou aos investigadores.

Completa a transação, na noite de 17 de dezembro de 2009, Patterson-Spatz escreveu-lhe esta mensagem de texto (SMS): "Abusar da posição que se tem, na minha opinião, é ser um porco cretino (...). O esforço que tive de fazer para ter sexo contigo, para tratares do meu caso".

Menos de duas horas depois, Darmanin respondeu: "Tens razão, sou sem dúvida um porco cretino. O que posso fazer para me perdoares?".

Duas queixas simples de Sophie Patterson-Spatz foram já arquivadas, e um juiz de instrução rejeitou, em agosto de 2018, investigar uma terceira queixa com constituição de parte civil.

Mas, em junho de 2020, o tribunal da relação de Paris ordenou a retomada das investigações.

Este caso tornou-se um fardo político para Gérald Darmanin que, criticado desde a sua nomeação para o Governo, no verão de 2020, por muitas vozes - especialmente feministas -, apresentou queixa por denúncia caluniosa.

Leia Também: Juiz arrasado por reverter condenação de adolescente por violação nos EUA

Recomendados para si

;
Campo obrigatório