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Argentina assume presidência rotativa da CELAC para 2022

A Argentina assumiu hoje a presidência rotativa para 2022 da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC), após obter o consenso necessário, durante a XXII Reunião de ministros dos Negócios Estrangeiros da organização, realizada em Buenos Aires.

Argentina assume presidência rotativa da CELAC para 2022
Notícias ao Minuto

19:12 - 07/01/22 por Lusa

Mundo CELAC

"Há consenso", disse na sessão Marcelo Ebrard, chefe da diplomacia do México, país que ocupava a presidência da CELAC desde 2020.

Após meses de intensas conversações com os países membros, o Governo do Presidente argentino, Alberto Fernández, único candidato a liderar o organismo, assume assim a presidência 'pro tempore', depois de na cimeira de chefes de Estado de setembro passado a candidatura argentina não ter conseguido o consenso necessário.

"Para a Argentina, ter recebido a confiança unânime é realmente um compromisso. E assim queremos encará-lo: como um compromisso de trabalho coletivo", afirmou no plenário o ministro dos Negócios Estrangeiros argentino, Santiago Cafiero.

Cafiero apontou igualmente como "missão principal" a "integração regional a partir do respeito e do consenso, utilizando ferramentas de diálogo".

"A procura de acordos será o nosso principal mandato, o respeito da diversidade o que nos norteará", asseverou.

Criada em 2010, a CELAC inclui mais de 30 países da América Latina e das Caraíbas -- o Brasil abandonou-a em 2020, por considerar que apoia "regimes não-democráticos como os de Cuba, Venezuela e Nicarágua -- e, segundo sublinharam fontes argentinas, pretende construir um espaço de intercâmbio político, económico, social e cultural que traga um equilíbrio entre a unidade e a diversidade dos mais de 600 milhões de habitantes da região.

Entre os participantes da reunião de hoje estão os chefes da diplomacia de Cuba, Venezuela e Nicarágua, países questionados pelos Estados Unidos por presumíveis violações dos direitos humanos.

Na cimeira do México de 2021, a Nicarágua foi o único Estado que anunciou que não apoiaria a Argentina como líder, porque "se tornou um instrumento do imperialismo norte-americano", depois das críticas feitas por Buenos Aires a Manágua por ter detido opositores políticos.

Finalmente, hoje, a Nicarágua ultrapassou as suas reticências e apoiou a Argentina.

"A CELAC não nasceu para competir com ninguém, nem com nada, surgiu das próprias entranhas dos povos latino-americanos e caribenhos", disse Cafiero no seu discurso, reconhecendo que se atravessam "momentos muito complexos", com a pandemia e o impacto de outras questões, como as alterações climáticas.

Para a sua presidência em 2022, a Argentina apresentou um plano de trabalho com 15 eixos de ação: o primeiro centra-se na "recuperação pós-covid", mas também tem na agenda o combate à corrupção, a segurança alimentar, a luta contra a pobreza e a fome, a cooperação ambiental e a educação com igualdade de género.

"Quanto ao diálogo com parceiros extrarregionais, queremos continuar a missão de fortalecer o diálogo com a União Europeia, China, Índia, Rússia, União Africana, entre outros", indicou Cafiero.

"É uma agenda aberta a discussões, a incorporar novos desafios, a incluir novos objetivos a desenvolver neste plano de trabalho", acrescentou, para apostar em "debater no âmbito do respeito" e entender "cada uma das particularidades de cada um dos países para, desse modo, ter uma agenda de trabalho integral participativa e profundamente democrática".

Leia Também: FMI diz que o acordo de 2018 com a Argentina não cumpriu as metas

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