Dbeibah, que presidiu esta quinta-feira ao conselho de ministros que marcou o regresso oficial às suas funções, lembrou que a situação política naquele país é "crítica".
As eleições presidenciais, inicialmente previstas para 24 de dezembro, seriam as primeiras nacionais após o acordo de reconciliação firmado em outubro de 2020, sob patrocínio da ONU, e deveriam ser o culminar de um processo difícil de pacificação do país, às quais se seguiriam as legislativas, um mês depois.
O adiamento foi decidido pela Alta Comissão Nacional Eleitoral (HNEC) líbia, a menos de 48 horas da data agendada para a sua realização, devido a divergências na base jurídica para a realização do escrutínio.
Na segunda-feira, uma comissão do Parlamento líbio apresentou um relatório que conclui que seria arriscado fixar neste momento uma nova data para a eleição do Presidente, opondo-se assim à data de 24 de janeiro proposta pela Comissão Eleitoral (HNEC) da Líbia.
A comissão parlamentar recomendou, por outro lado, a criação de um "novo calendário realista e aplicável, definindo as etapas, em vez de fixar novas datas e cometer novamente os mesmos erros".
Num relatório lido aos deputados pelo seu presidente, Al-Hadi al-Sghayer, propôs também a criação de uma comissão para elaborar uma constituição, abolida pelo antigo regime de Muammar Kadhafi em 1969, e apelou a uma "remodelação do executivo".
O primeiro-ministro interino apresentou também uma candidatura, embora tivesse anteriormente prometido não se candidatar à presidência quando foi nomeado chefe do executivo interino, em fevereiro.
O governo de transição, com base em Trípoli, no oeste da Líbia, está enfraquecido, pois o seu mandato terminava, em teoria, em 24 de dezembro.
O Parlamento, que fica em Tobruk, no leste, está agora a considerar uma possível remodelação do governo.
Abdelhamid Dbeibah defendeu esta quinta-feira que trabalhou para "restaurar a segurança e apoiar a estabilidade" e instou os seus ministros a prepararem-se para uma "forte recuperação económica em 2022".
O executivo interino tem sido também atingido pelos processos judiciais envolvendo dois ministros.
Na quarta-feira foi emitida uma ordem de prisão preventiva contra o ministro da Cultura, no âmbito de um processo por "corrupção", enquanto o ministro da Educação enfrenta uma ação por "negligência no exercício das suas funções".
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