Esta assembleia, eleita em 2014 e que se reúne na cidade de Tobrouk (leste), mas sem legitimidade por não ter sido constituída dentro dos prazos, disse que a comissão eleitoral pediu a abertura de um período de consultas com todas as partes envolvidas, atrasando o processo eleitoral suspenso devido a disputas políticas e judiciais.
Antes da sessão, o presidente do parlamento líbio, Fawzi al Nuwari, reuniu-se com a comissão eleitoral para "discutir um mecanismo de ação que permita cumprir as suas tarefas a tempo, realizar as eleições e tirar o país das sucessivas fases de transição".
O Parlamento iniciou na segunda-feira as suas consultas sobre o adiamento de um mês das eleições e convocou o presidente da Comissão Eleitoral Suprema, Imad al Sayeh, para ouvir o seu parecer sobre a denúncia de alegados abusos que alegadamente foram cometidos durante a preparação do processo eleitoral, nomeadamente na validação de candidaturas.
As eleições presidenciais, inicialmente previstas para 24 de dezembro, seriam as primeiras nacionais após o acordo de reconciliação firmado em outubro de 2020, sob patrocínio da ONU, e deveriam ser o culminar de um processo difícil de pacificação do país, às quais se seguiriam as legislativas, marcadas para um mês depois.
O adiamento foi decidido pela Alta Comissão Nacional Eleitoral (HNEC) líbia, a menos de 48 horas da data agendada para a sua realização, devido a divergências na base jurídica para a realização do escrutínio.
Na segunda-feira, uma comissão do Parlamento líbio apresentou um relatório que conclui que seria arriscado fixar neste momento uma nova data para a eleição do Presidente, opondo-se assim à data de 24 de janeiro proposta pela Comissão Eleitoral (HNEC) da Líbia.
A comissão parlamentar recomendou, por outro lado, a criação de um "novo calendário realista e aplicável, definindo as etapas, em vez de fixar novas datas e cometer novamente os mesmos erros".
Num relatório lido aos deputados pelo seu presidente, Al-Hadi al-Sghayer, propôs também a criação de uma comissão para elaborar uma constituição, abolida pelo antigo regime de Muammar Kadhafi em 1969, e apelou a uma "remodelação do executivo".