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ONG confirma morte de dois funcionários em massacre em Myanmar

A organização não-governamental (ONG) Save the Children confirmou hoje que dois dos seus funcionários estavam entre as 35 pessoas mortas em Myanmar (antiga Birmânia) num ataque das forças da junta militar na véspera de Natal.

ONG confirma morte de dois funcionários em massacre em Myanmar
Notícias ao Minuto

14:09 - 28/12/21 por Lusa

Mundo Myanmar

com profunda tristeza que confirmamos que dois dos nossos funcionários estavam entre as pelo menos 35 pessoas, incluindo mulheres e crianças, que foram mortas na sexta-feira, 24 de dezembro, num ataque perpetrado pelos militares birmaneses no Estado de Kayah", disse a ONG num comunicado, citado pela agência noticiosa France-Presse (AFP).

As imagens de pelo menos 35 cadáveres em dois camiões e um carro incendiados numa estrada tinham sido divulgadas nas redes sociais no sábado, com várias fontes, incluindo uma ONG local, a acusarem os militares de terem cometido um massacre de civis.

Na altura, a Save the Children, ONG com sede em Londres, disse que os seus dois funcionários estavam desaparecidos, depois de o veículo privado em que seguiam ter sido "atacado e queimado".

"Os militares terão forçado as pessoas a sair dos seus carros, prenderam alguns, mataram outros e queimaram os seus corpos", acusou a ONG, observando que os seus trabalhadores estavam a regressar a casa para o Natal.

"Ambos eram pais novos que trabalhavam para a educação. O Conselho de Segurança da ONU deve reunir-se e tomar medidas para levar os responsáveis à justiça", disse hoje a Save the Children numa mensagem publicada na rede social Twitter, segundo a agência espanhola EFE.

Segundo a ONG Karenni Human Rights Group, que inicialmente denunciou o massacre, as vítimas são pessoas deslocadas internamente que foram mortas por militares num dos estados em conflito no país do Sudeste Asiático.

A organização, que acompanhou a declaração de sábado com fotografias, descreveu o massacre como uma "horrenda violação dos direitos humanos" e apelou para que os responsáveis fossem julgados.

O coordenador de ajuda de emergência da ONU, Martin Griffiths, condenou o massacre e apelou a uma investigação.

"Relatórios credíveis afirmam que pelo menos 35 pessoas, incluindo pelo menos uma criança, foram forçadas a abandonar os seus veículos, mortas e queimadas", disse Griffiths numa declaração em que disse estar horrorizado com o que aconteceu.

A junta militar no poder em Myanmar negou, na segunda-feira, as notícias sobre o massacre, que atribuiu a "elementos antigovernamentais, terroristas e grupos rebeldes".

A antiga Birmânia entrou numa espiral de crise e violência desde que os militares liderados por Min Aung Hlaing tomaram o poder em fevereiro deste ano, num golpe que derrubou o governo democrático de Aung San Suu Kyi, atualmente sob prisão.

Além de protestos pacíficos e de um movimento de desobediência civil, as milícias civis formaram-se e pegaram em armas ao lado de guerrilhas étnicas que estão em conflito com os militares birmaneses há décadas.

Quase 11 meses após a revolta, a junta militar ainda não controla totalmente o país, apesar da violência brutal utilizada contra a dissidência, que até agora resultou em pelo menos 1.377 mortes e mais de 8.200 detenções, de acordo com a associação birmanesa de Assistência aos Prisioneiros Políticos.

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