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Líderes internacionais elogiam resultados da Cimeira para a Democracia

Os líderes de países e organizações convidadas para a Cimeira para a Democracia elogiaram hoje os resultados "promissores" desta conferência virtual organizada pelo Presidente dos EUA, Joe Biden.

Líderes internacionais elogiam resultados da Cimeira para a Democracia
Notícias ao Minuto

18:30 - 10/12/21 por Lusa

Mundo Democracia

A Transparência Internacional saudou as várias iniciativas dos Estados Unidos e multilaterais conseguidas na Cimeira para a Democracia, que hoje termina, salientando o esforço no combate à corrupção.

"Desde o lançamento da estratégia anticorrupção dos EUA, ao aumento do apoio multilateral ao Consórcio Global Anticorrupção - uma iniciativa co-liderada pela Transparência Internacional e pelo Projeto de Relatórios de Crime Organizado e Corrupção - os resultados iniciais da cimeira mostram sinais promissores", disse a organização, num comunicado.

Na intervenção de abertura do segundo e último dia de trabalhos da cimeira, o secretário-geral da ONU, António Guterres, já tinha salientado a importância desta iniciativa, mostrando-se particularmente preocupado com o que disse ser "o assalto à razão e aos factos" que está a minar as democracias em diferentes partes do globo.

"Em muitas partes do mundo, vemos pessoas a afastar-se dos valores da democracia. (...) A irracionalidade está a ganhar terreno; o populismo, o nativismo, a supremacia branca e outras formas de racismo e de extremismo estão a envenenar a coesão social e as instituições democráticas", disse Guterres, no seu depoimento de cerca de cinco minutos.

Na cimeira -- que decorre até ao final do dia de hoje, em formato virtual, e junta líderes de mais de uma centena de países - Biden apresentou um conjunto de medidas para combater a corrupção e para proteger os valores da democracia, nomeadamente a criação de fundos para a proteção da liberdade de imprensa e para ajuda a organizações não governamentais que lutem contra regimes autoritários.

A Transparência Internacional espera agora que os Estados Unidos e os países que se associaram a esta cimeira "consigam desenvolver um processo inclusivo e participativo" para cumprir as metas estabelecidas.

Também o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, realçou a relevância do esforço na luta pela preservação dos valores da liberdade e da democracia, "no momento em que a História mostra que estes valores estão a ser ameaçados", referindo-se em particular aos riscos das plataformas digitais onde grassa a desinformação.

"Nós, na Europa, esforçamo-nos por colocar os valores democráticos no centro da nossa transformação digital", explicou Michel, referindo várias medidas que estão a ser tomadas pelas autoridades europeias, nomeadamente a Lei de Serviços Digitais, que, de resto, foi discutida hoje num dos painéis dos trabalhos da cimeira.

No mesmo tom, o secretário-geral das Nações Unidas disse estar "seriamente preocupado" com sinais que observa em várias partes do mundo, com o avanço de regimes totalitários e com as consequências negativas da transição digital, que através da desinformação mobiliza as pessoas para valores radicalizados.

"O assalto à razão e aos factos está muitas vezes associado às tecnologias digitais e às redes sociais, com modelos de negócio impulsionados pela raiva e ansiedade", explicou Guterres, referindo-se às ameaças que pairam sobre as instituições democráticas.

Esta questão foi igualmente abordada pelo Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, que na sua intervenção na cimeira apelou à adoção de medidas que garantam a liberdade, nomeadamente na Internet.

Apesar de em outros momentos se ter mostrado nostálgico da ditadura brasileira (1964-1985), hoje Bolsonaro apareceu na cimeira promovida por Biden a defender que o seu Governo se pauta "pelo respeito dos direitos humanos e direitos fundamentais de todos os brasileiros, sem qualquer forma de discriminação" e sublinhou o seu compromisso com a democracia e com o combate à corrupção.

Ao longo do dia de hoje, em diferentes painéis temáticos, chefes de Estado e de Governo, mas também líderes de organizações internacionais, discutiram mecanismos de defesa dos direitos humanos e estratégias para reforçar as democracias contra os autoritarismos.

Uma parte relevante dos debates centrou-se ainda na questão dos riscos colocados pelas plataformas digitais de comunicação e pelo fenómeno de desinformação nas redes sociais, considerado "uma das mais perigosas ameaças à democracia".

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