Desde a obtenção da sua independência do Sudão, em 2011, o mais jovem país do mundo enfrenta uma permanente crise económica e política e arrisca um regresso a guerra civil, que entre 2013 e 2018 provocou 400.000 mortos e quatro milhões de deslocados.
O acordo de paz firmado em 2018 estabeleceu que o Presidente Salva Kiir e o antigo rebelde e atual vice-presidente Riek Machar, adversários durante a guerra civil, partilhassem o poder num Governo de união nacional.
O Governo permanece sob a constante ameaça de lutas pelo poder que estão a comprometer a aplicação do acordo de paz e alimentam a violência endémica.
"As partes devem fornecer um novo impulso ao processo e manifestar uma vontade política contínua e coletiva para finalizar certos pontos cruciais do acordo", alertou em conferência de imprensa o enviado especial da ONU ao Sudão do Sul, Nicholas Haysom.
Haysom também alertou para as severas inundações no país que afetam mais de 800.000 pessoas.
"Apenas posso qualificar de dramática a atual situação. As águas não recuam e centenas de milhares de pessoas permanecem deslocadas e necessitam desesperadamente de ajuda", indicou.
A aliança entre Kiir e Machar enfrentou novas ameaças em agosto, após os combates que eclodiram entre fações rivais do partido do vice-presidente, o SPLM-IO, e o seu aparelho militar, o SPLA-IO.
Segundo Machar, estas disputas, que provocaram pelo menos 32 mortos, destinaram-se a evitar a formação de um exército único, um dos pontos decisivos do acordo de paz.
Leia Também: ONG alerta para "terríveis condições" em campo de refugiados