"Nós, na Alemanha, temos uma grande responsabilidade para que isso aconteça", referindo-se ao combate às alterações climáticas, afirmou Olaf Scholz em Berlim, num congresso extraordinário de ativistas do seu partido SPD para aprovar o contrato de coligação celebrado com os Verdes e os Liberais para suceder ao governo de Angela Merkel.
Se a Alemanha, uma das maiores economias do mundo, não acelerar a transição energética, "ninguém desenvolverá as tecnologias e ninguém mostrará aos outros como fazê-lo", disse o social-democrata.
"Fazemo-lo por nós próprios mas, ao mesmo tempo, fazemo-lo por todos os outros, porque somos nós que mostramos o caminho (...), como um dos países industriais mais prósperos do mundo, com as tecnologias mais modernas e os melhores cientistas", disse ainda
O acordo de coligação atribui um lugar de destaque à luta contra as alterações climáticas e prevê o objetivo da eliminação acelerada do carvão a partir de 2030, bem como alcançar 80% de eletricidade produzida de energias renováveis.
Hoje, ativistas ambientais manifestaram-se em frente à sede do SPD, onde foi realizado o congresso, parcialmente 'online', por defenderem que o programa da futura coligação não contém propostas suficientes em termos de transporte e redução do tráfego aéreo.
As organizações ambientais têm criticado repetidamente que o conteúdo do acordo não é suficiente para colocar a Alemanha no caminho para a descida de 1,5°C estabelecida no acordo climático de Paris.
Na quarta-feira, o parlamento federal alemão procede à eleição para o cargo de chanceler do social-democrata Olaf Scholz, pondo termo aos 16 anos de Angela Merkel no poder.
Olaf Scholz, de 63 anos, deve ser eleito na quarta-feira por uma maioria dos 736 deputados do Bundestag (câmara baixa), antes da passagem de poder, no mesmo dia, da chanceler cessante.
O chanceler é a terceira figura do Estado alemão, a seguir ao Presidente da República Federal e à presidente do Bundestag.