"Marrocos vai prosseguir os seus esforços para reunir as condições propícias ao regresso das partes à mesa das negociações", declarou o monarca por ocasião do Dia Internacional de Solidariedade com o povo palestiniano.
Nessa perspetiva, o reino "utilizará a sua posição e as suas relações privilegiadas com todas as partes e potências internacionais envolvidas", acrescentou no seu discurso.
Marrocos estabeleceu relações com Israel no âmbito dos "Acordos de Abraão", o processo de normalização entre o Estado judaico e alguns países árabes e apoiado pela administração norte-americana.
Os dois países já tinham estabelecido relações diplomáticas no início da década de 1990, antes de Rabat romper os laços com Israel no decurso da segunda Intifada, o levantamento palestiniano no início dos anos 2000 contra a ocupação israelita.
No seu discurso, Mohammed VI reclamou "esforços diplomáticos intensivos e eficazes" para "relançar as negociações entre as duas partes na perspetiva de encontrar uma solução favorável à questão palestiniana no quadro de uma solução a dois Estados", na base das fronteiras de 1967 e das resoluções do direito internacional.
O monarca marroquino apelou ainda à preservação da identidade árabe e islâmica de Jerusalém e ainda ao seu "estatuto jurídico, histórico e demográfico". Mohammed VI é presidente do comité Al-Qods, vocacionado para a proteção dos lugares santos muçulmanos de Jerusalém.
O seu discurso surgiu alguns dias após a assinatura em Rabat de um acordo de cooperação securitária "sem precedentes" entre o reino alauita e o Estado judaico no decurso de uma visita a Marrocos do ministro da Defesa israelita, Benny Gantz.
Para hoje estavam previstas manifestações em várias cidades marroquinas contra a normalização das relações com Israel.
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