Alto responsável iraniano visita Emirados Árabes Unidos e Kuwait
Um alto responsável do Irão efetuou esta semana visitas a Abu Dhabi e ao Kuwait, consideradas uma abertura às monarquias árabes do Golfo e a três dias do reinício das discussões em Viena sobre o dossier nuclear iraniano.
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Mundo Ali Bagheri
Esta visita a dois países do Golfo de Ali Bagheri, vice-ministro iraniano dos Negócios Estrangeiros iraniano e principal responsável do dossier nuclear, foi a primeira de um responsável do novo Governo do Irão após a eleição em junho do Presidente Ebrahim Raissi, definido como um membro da fação ultraconservadora.
O Irão xiita é o grande rival regional da Arábia Saudita sunita, líder das monarquias árabes do Golfo agrupadas no Conselho de Cooperação do Golfo (Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Qatar, Kuwait, Omã e Bahrein).
As relações permanecem muito tensas entre estas monarquias e Teerão, acusado de procurar desenvolver armas nucleares e desestabilizar a região, apesar dos seus frequentes desmentidos.
Nos últimos meses têm decorrido negociações entre o Irão e a Arábia Saudita. Os dois países, que romperam relações diplomáticas em 2016, manifestaram o desejo de ultrapassar as suas divergências.
Na quarta-feira, Bagheri deslocou-se a Abu Dhabi onde se reuniu designadamente com Anwar Gargash, conselheiro diplomático do Presidente dos Emirados, Khalifa bin Zayed Al Nahyan.
As discussões abordaram "os meios de fortalecer as relações bilaterais na base da boa vizinhança e respeito mútuo", e ainda fomentar "o desenvolvimento das relações económicas e comerciais", indicou a agência noticiosa local WAM.
Numa referência a esta visita, Bagheri anunciou no Twitter um acordo "sobre a abertura de uma nova página" entre o Irão e os Emirados.
Os Emirados reduziram o nível de relações diplomáticas após a rutura entre Teerão e Riade.
O ministro iraniano viajou de seguida para o Kuwait, onde evocou com responsáveis locais os "laços profundos" entre os dois países, segundo a agência oficial KUNA.
As negociações para retomar o acordo de 2015, onde o Irão se comprometeu a utilizar a energia nuclear para fins exclusivamente civis em troca de um gradual levantamento das sanções, deverão ser retomadas na segunda-feira em Viena, após uma suspensão de seis meses.
Em 2018, os Estados Unidos retiraram-se unilateralmente do acordo durante a presidência do ex-Presidente Donald Trump e restabeleceram diversas medidas punitivas contra o Irão.
Em resposta, o Irão decidiu abandonar progressivamente os seus compromissos firmados no acordo de Viena e o seu armazenamento de urânio enriquecido registou um substancial aumento desde o início do corrente ano.
Leia Também: Teerão aceita recomeçar negociações em Viena em novembro
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