Dublin diz que Adis Abeba ordenou expulsão de 4 diplomatas irlandeses
A Etiópia pediu a quatro dos seis diplomatas irlandeses em Adis Abeba para deixarem o país no prazo de uma semana, na sequência do apelo de Dublin para o fim das hostilidades, anunciou hoje o governo irlandês.
© Reuters
Mundo Etiópia
"No início desta semana, o Governo etíope informou a embaixada irlandesa em Adis Abeba que quatro dos seis diplomatas irlandeses que ali trabalham deixariam o país no prazo de uma semana", informou o Ministério dos Negócios Estrangeiros irlandês numa declaração, citada pela agência France-Presse.
O embaixador e um outro diplomata foram autorizados a ficar.
O chefe da diplomacia irlandesa, Simon Coveney, afirmou que "lamenta profundamente" a decisão, que Dublin explicou justificar-se pela sua "posição" sobre o conflito entre as forças federais etíopes e as forças leais aos líderes do Tigray, estado no norte do país.
Em 05 de novembro, a Irlanda votou ao lado do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), onde tem assento como membro não permanente, no apelo a um cessar-fogo face à escalada do conflito e ao diálogo entre as partes.
A sua posição está também de acordo com a da União Europeia, salientou Dublin.
"A Irlanda apoia plenamente o papel da União Africana na procura de uma solução pacífica para o conflito, nomeadamente através do trabalho do seu enviado, o antigo presidente nigeriano Olusegun Obasanjo", afirmou Simon Coveney, sublinhando que Dublin respeita "a soberania e a integridade territorial da Etiópia".
O ministro apelou aos cidadãos irlandeses para deixarem o país, mas informou que a embaixada permanecerá aberta e assume como prioridade a prestação de serviços consulares.
A ONU irá evacuar as famílias do pessoal internacional deslocado na Etiópia até quinta-feira, e a França apelou aos seus nacionais para deixarem o país "sem demora", numa altura em que os combates se aproximam da capital, Adis Abeba.
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