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EUA saúdam libertação de jornalista "detido injustamente" em Myanmar

O chefe da diplomacia dos Estados Unidos saudou hoje a libertação do jornalista norte-americano Danny Fenster, "detido injustamente cerca de seis meses" em Myanmar, após o golpe de Estado de fevereiro que derrubou o Governo civil democraticamente eleito.

EUA saúdam libertação de jornalista "detido injustamente" em Myanmar
Notícias ao Minuto

16:08 - 15/11/21 por Lusa

Mundo EUA

"Estamos orgulhosos por Danny [Fenster] poder juntar-se rapidamente à sua família e continuamos a apelar à libertação de outros que estão detidos injustamente em Myanmar [antiga Birmânia]", sublinhou Antony Blinken num comunicado.

Fenster foi perdoado por "razões humanitárias" após negociações com o ex-diplomata americano Bill Richardson e dois enviados japoneses, segundo o departamento de comunicações da junta militar birmanesa.

O jornalista tinha sido detido por terrorismo e foi deportado hoje, na véspera de um julgamento em que arriscava prisão perpétua.

O gabinete de Richardson tinha falado anteriormente na existência de "negociações frente a frente" com o líder da junta militar Min Aung Hlaing.

Fenster e Richardson viajarão para os Estados Unidos "via Qatar, nas próximas 36 horas", disse o ex-diplomata, acrescentando que o jornalista, de 37 anos, está "ansioso" para rever os pais, Buddy e Rose, bem como o irmão Brian. 

Uma fotografia publicada nas redes sociais por Bill Richardson mostra Fenster, de calções e de chinelos, à frente de um pequeno avião ladeado pelo ex-governador do Novo México, atualmente negociador de reféns, na pista de Naypyidaw, capital de Myanmar.

Fenster, chefe de redação da revista 'online' Frontier Myanmar, já tinha sido condenado a 11 anos de prisão e a trabalhos forçados por alegadamente espalhar informações falsas ou provocadoras, contactar organizações ilegais e violar a lei da imigração.

A sentença de Fenster foi a punição mais severa atribuída ao grupo de sete jornalistas condenados desde que os militares tomaram o poder em Myanmar, no golpe de Estado de 01 de fevereiro.

Detido desde 24 de maio, quando tentava embarcar num voo para os Estados Unidos, o jornalista enfrentava ainda mais duas acusações - por terrorismo e sedição -, crimes passíveis de prisão perpétua.

O porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Ned Price, já tinha condenado a sentença, sublinhando tratar-se de uma "condenação injusta de uma pessoa inocente".

Segundo Richardson, a libertação de Fenster foi negociada durante uma recente visita a Myanmar, numa reunião presencial com o líder militar que depôs o Governo eleito da Nobel da Paz Aung San Suu Kyi.

Desde o golpe de Estado, o exército reprimiu violentamente as manifestações contra o regime, em ações que levaram à detenção de cerca de sete mil pessoas e à morte de pelo menos 1.200 civis, de acordo com a organização não-governamental Associação de Assistência aos Presos Políticos.

A junta militar também reforçou o controlo da informação, limitando o acesso à Internet e cancelando as licenças dos meios de comunicação.

Uma centena de jornalistas foi detida, estando pelo menos 30 ainda na prisão, segundo a agência norte-americana Associated Press.

Leia Também: Jornalista dos EUA libertado apesar de condenação a 11 anos de prisão

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