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Sudão: Conselho de Segurança da ONU quer governo "liderado por civis"

O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) apelou hoje à junta do Sudão para "restabelecer um governo de transição liderado por civis" e expressou também "grande preocupação com a tomada do poder pelos militares".

Sudão: Conselho de Segurança da ONU quer governo "liderado por civis"
Notícias ao Minuto

18:44 - 28/10/21 por Lusa

Mundo Sudão

A declaração unânime aprovada, e que ficou aquém da forte condenação feita pela União Africana na quarta-feira, apela também ao reatamento do diálogo político "sem condições prévias" e à libertação imediata dos detidos, defendendo ainda o "direito de reunião pacífica".

A declaração do Conselho de Segurança, que se reuniu com urgência na terça-feira a pedido de vários países ocidentais, também abordou de forma crítica a "suspensão de certas instituições de transição" e "o estado de emergência e a detenção do primeiro-ministro, Abdallah Hamdok, e de outros membros civis do governo".

Por insistência da China, de acordo com um diplomata citado pela agência France-Presse, o texto do Conselho de Segurança inclui um reconhecimento do regresso do primeiro-ministro a sua casa, na terça-feira à noite, apesar de continuar privado da sua liberdade de movimentos, de acordo com a ONU.

O general Abdel Fattah al-Burhan, chefe das Forças Armadas sudanesas, anunciou na segunda-feira na televisão estatal do país a dissolução do governo e do Conselho Soberano -- o mais alto órgão executivo do país --, a suspensão de vários pontos da carta constitucional aprovada em agosto de 2019 e que estabelece um roteiro para a realização de eleições, e a instauração do estado de emergência.

A tomada de poder pelos militares foi amplamente condenada pela comunidade internacional.

A tomada do poder pelos militares esta segunda-feira seguiu-se a semanas de crescente tensão política no país, intensificadas como uma tentativa de golpe de Estado em 21 de setembro último.

Esforços de membros civis do Governo em reformar o setor da segurança no país geraram uma forte reação dos militares, inclusive de Al-Burhan.

Os militares deixaram de participar em reuniões conjuntas com membros civis, o que atrasou, por exemplo, a aprovação por parte do Conselho de Ministros de entregar o antigo ditador Omar al-Bashir e outros dois responsáveis do regime deposto em abril de 2019 ao Tribunal Penal Internacional (TPI).

Nas primeiras horas de 25 de outubro, os militares prenderam pelo menos cinco ministros, bem como outros funcionários e líderes políticos, incluindo o primeiro-ministro Abdalla Hamdok, levando-os para um local não revelado.

Ao meio do dia de segunda-feira o tenente-general Abdel Fattah al-Burhan, presidente do Conselho Soberano - órgão governativo composto por civis e militares - anunciou que dissolvia o Governo e o próprio Conselho Soberano, e decretava o estado de emergência no país.

Leia Também: Sudão. Pelo menos sete manifestantes foram mortos na segunda-feira

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