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Descobertos 12 cadáveres a boiar num rio após novo ataque na RD Congo

Doze corpos foram descobertos num rio na província de Ituri, no nordeste da República Democrática do Congo (RDCongo), achado que se seguiu a uma incursão de rebeldes das Forças Democráticas Aliadas (ADF), segundo ativistas da sociedade civil.

Descobertos 12 cadáveres a boiar num rio após novo ataque na RD Congo
Notícias ao Minuto

15:21 - 28/10/21 por Lusa

Mundo RD Congo

O coordenador dos grupos da sociedade civil em Ituri, Jean Bosco Lalo, disse à agência Efe, por telefone, que os corpos, encontrados a boiar nas águas do rio, pertenciam a pessoas mortas por membros da ADF na terça-feira na aldeia de Mutweyi, localizada 80 quilómetros a sul de Komanda, no território de Irumu.

"É importante lembrar que estes assaltantes têm estado muito ativos há algum tempo aqui em Ituri e precisamente em Irumu. Eles cooperam com a milícia Codeco [Cooperação para o Desenvolvimento do Congo] e matam civis, pilham e raptam civis", declarou Jean Bosco Lalo.

Há uma semana, 18 civis foram igualmente mortos por membros das ADF em território ruenzori, na província de Kivu Norte, na fronteira com Ituri.

Tanto Ituri como o Kivu do Norte estão sitiados e sob administração militar, desde 30 de abril, em resposta à escalada de violência no nordeste do país.

A organização Human Rights Watch (HRW) informou, em meados de setembro, que pelo menos 672 civis foram mortos por grupos armados e 67 pelo Exército em Ituri e Kivu do Norte, desde maio.

O nordeste do país está mergulhado num conflito há vários anos, alimentado por milícias rebeldes e ataques de soldados do Exército, apesar da presença da missão de paz da ONU (Monusco), que tem mais de 14.000 soldados destacados.

As ADF, responsáveis por muitos destes ataques, iniciaram a sua violenta campanha em 1996 no Oeste do Uganda, em resposta ao regime do Presidente Yoweri Museveni, a quem acusaram de ser anti-muçulmano, até o Exército forçar a sua retirada para a fronteira com a RDCongo.

A partir daí, fazem incursões em território congolês, aproveitando uma geografia montanhosa que lhes permite esconder-se das operações militares e da Monusco.

A sua agenda não é clara, além de uma possível ligação com a organização 'jihadista' Estado Islâmico (EI), que, por vezes, é culpada por alguns dos seus ataques, embora o Grupo de Peritos das Nações Unidas sobre o Congo tenha anunciado, em junho passado, que não tinha encontrado provas de apoio direto do EI ao grupo.

Em 15 de agosto, o Presidente da RDCongo, Felix Tshisekedi, autorizou as forças especiais dos Estados Unidos da América a ajudar o Exército congolês a combater as ADF, grupo que Washington classificou de "terrorista".

Segundo os últimos dados publicados pelo Kivu Security Tracker, as ADF causaram mais de 1.850 vítimas por "morte violenta" em mais de 330 ataques, desde 2017, mas outras organizações atribuem-lhe milhares de mortes.

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