As manifestações convocadas no Chile para celebrar esta segunda-feira o segundo aniversário do 18-O, dos protestos contra a desigualdade social no país que em 2019 praticamente pararam o Chile, ficaram manchados pela violência, atos de vandalismo, saques e incêndios. Duas pessoas morreram e foram efetuadas 450 detenções.
No total, foram convocadas mais de 50 manifestações para diferentes pontos do país. Só na praça Baquedano, em Santiago do Chile, a capital do país, as autoridades estimam que se tenham juntado entre oito a dez mil pessoas.
De dia, as manifestações decorreram de forma pacífica, mas à medida que as horas foram passando foram-se registando cada vez mais atos de violência e de vandalismo, algo que piorou ainda mais à noite.
A polícia respondeu com gás lacrimogéneo e canhões de água. Uma das vítimas mortais foi baleada quando estava a saquear um estabelecimento, a outra morreu na sequência de um acidente de mota.
Um dia depois da onda de violência, o governo e a oposição trocaram acusações e responsabilizações pelos distúrbios.
O porta-voz do governo chileno, Jaime Bellolio, culpou os candidatos presidenciais Gabriel Boric e Yasna Provoste e outros líderes da oposição por promoverem uma lei que alarga a amnistia a todas as pessoas que foram detidas durante os protestos de 2019, revela o La Prensa Latina.
“Não é suficiente dizer ‘Condeno a violência’ ao mesmo tempo que propõem uma lei para perdoar as mesmas ofensas que vimos ontem”, sublinhou Bellolio esta terça-feira.
Por seu lado, um senador que apoia a candidata Yasna Provoste ironizou com o facto de o governo de Sebastian Piñera procurar culpar a oposição pela violência de segunda-feira.
“Ele responsabiliza os candidatos da oposição como se eles estivessem a governar o Chile”, referiu Alejandro Guillier.
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