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Funcionário chinês sob sanções do Ocidente escolhido para liderar Tibete

O Partido Comunista da China (PCC) nomeou para secretário-geral no Tibete Wang Junzheng, funcionário chinês alvo de sanções por vários países ocidentais, pelo seu papel como chefe da segurança na região de Xinjiang.

Funcionário chinês sob sanções do Ocidente escolhido para liderar Tibete
Notícias ao Minuto

09:14 - 19/10/21 por Lusa

Mundo Tibete

A agência noticiosa oficial Xinhua informou hoje que Wang Junzheng foi nomeado secretário do comité regional do PCC na Região Autónoma do Tibete, substituindo Wu Yingjie, que se aposentará em breve.

Com cerca de três milhões de habitantes, o Tibete é uma das regiões chinesas mais vulneráveis ao separatismo, com os locais a argumentarem que o território foi durante muito tempo independente até à sua ocupação pelas tropas chinesas em 1951.

Em março passado, a União Europeia, o Reino Unido, os Estados Unidos e o Canadá anunciaram sanções contra várias autoridades chinesas - incluindo Wang - por alegadas violações dos Direitos Humanos em Xinjiang, outra região chinesa volátil e marcada anteriormente por confrontos étnicos.

Organizações não-governamentais estimam que a China mantém detidos cerca de um milhão de membros da minoria étnica de origem muçulmana uigur em campos de doutrinação política, em Xinjiang.

A campanha surgiu após uma série de ataques terroristas com bombas e facas, perpetuados por separatistas uigures.

Pequim negou aquelas acusações, apontando que os campos são centros de treino vocacional, que visam afastar os uigures do extremismo.

Wang, de 58 anos, foi nomeado chefe da segurança de Xinjiang em fevereiro de 2019 e também secretário adjunto do PCC na região.

De acordo com o jornal de Hong Kong South China Morning Post, a promoção de Wang "ressalta o desprezo de Pequim pela resposta do Ocidente às suas políticas em Xinjiang", bem como o "seu crescente interesse na equipa de funcionários que trabalharam na região", realçando que têm habilidades "exemplares" na gestão de "áreas povoadas maioritariamente por minorias étnicas".

Organizações como a Amnistia Internacional denunciaram os alegados abusos cometidos pelas autoridades de Xinjiang e baseiam as acusações em imagens de satélite que revelam a expansão dos centros de detenção, entrevistas com uigures exilados que perderam o contacto com os seus familiares ou documentos oficiais do Governo chinês, públicos e vazados.

Em conferência de imprensa, realizada na semana passada em Pequim, representantes do governo de Xinjiang consideraram que as acusações têm como base "mentiras".

As restrições ao acesso da imprensa estrangeira nesta região são vários. Jornalistas estrangeiros que viajam para Xinjiang estão sujeitos a vigilância e intimidação contínua, de acordo com o último relatório do Clube de Correspondentes Estrangeiros da China.

Leia Também: Ignição da chama olímpica de Pequim'2022 sob protestos pró Tibete

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