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União Europeia considera "divergências" com Estados Unidos ultrapassadas

A União Europeia (UE) considera que as recentes "divergências" com os Estados Unidos "foram superadas" e reitera que "a relação transatlântica é fundamental", disse sexta-feira o Alto Representante para a Política Externa e de Segurança, Josep Borrell.

União Europeia considera "divergências" com Estados Unidos ultrapassadas
Notícias ao Minuto

06:59 - 16/10/21 por Lusa

Mundo Josep Borrell

Borrell discursava numa conferência de imprensa na sede da delegação da UE em Washington, no final da sua visita de dois dias à capital dos Estados Unidos, onde se reuniu com o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken.

"Para nós a relação transatlântica é fundamental. Não há alternativa à NATO para defesa territorial da Europa", afirmou o chefe da diplomacia europeia, na sua primeira viagem oficial a Washington para se reunir com a Administração Biden.

A visita acontece depois de Washington e Bruxelas terem vivido um dos momentos mais tensos nas relações bilaterais devido ao pacto de defesa entre os Estados Unidos, Reino Unido e Austrália, que levou ao cancelamento de uma encomenda multimilionária de submarinos por parte Camberra.

O Alto Representante para a Política Externa e de Segurança da UE tentou virar a página, assegurando que União Europeia desistisse "dos desacordos recentes" e disse que ambas as partes "estão claramente empenhadas em melhorar as relações transatlânticas".

Durante a sua visita à capital norte-americana, teve também em encontro com a vice-secretária da Defesa, Kathleen Hicks, a quem explicou que o reforço da cooperação militar europeia não vai criar uma força que seja concorrente da NATO.

"Trata-se de criar uma capacidade militar complementar da Aliança Atlântica", insistiu Josep Borrell.

Entre outros assuntos discutidos com o secretário de Estado norte-americano, Borrell destacou as negociações em curso para o regresso do Irão ao pacto nuclear internacional e os passos para aproximar a Venezuela da democracia.

Em relação à República Islâmica, o chefe da diplomacia europeia ressaltou que "a única maneira de o Irão não ser uma potência nuclear ou militar é recuperando o acordo" do qual os Estados Unidos saíram "unilateralmente" sob a Administração Trump (2017-2021), criando "um grande problema".

"Não tenho data para os iranianos voltarem à mesa das negociações. Mas concordamos que necessário fazer todo o possível para que as negociações deem frutos", disse Borrell.

O pacto, conhecido pela sigla em inglês JCPOA e firmado em 2015 entre o Irão e seis grandes potências (Estados Unidos, Rússia, China, França, Reino Unido e Alemanha), limitou o programa atómico iraniano em troca do levantamento das sanções, tendo a reintrodução das medidas punitivas norte-americanas, em 2018, o deixou severamente enfraquecido.

As negociações começaram em Viena (Áustria) em abril com seis países, incluindo os Estados Unidos indiretamente, para conseguir o regresso de Washington ao pacto e para o Irão cumprir o acordo novamente, mas nenhum passo significativo foi alcançado.

Em agosto, as negociações foram suspensas após a chegada ao poder do novo presidente iraniano, Ebrahim Raisi. Washington avisou que "o tempo está a esgotar-se".

Sobre a Venezuela, Josep Borrell assegurou que Washington apoia o envio de uma missão europeia de observação eleitoral às eleições regionais na Venezuela, apesar das críticas de que poderia ser utilizada para legitimar o governo de Nicolás Maduro.

"Se os EUA fosse contra, teriam dito. Há silêncios que são muito explícitos", disse o chefe da diplomacia europeia sobre a posição dos norte-americanos.

Borrell considerou "natural" que os EUA "mantivessem uma posição menos comprometida", mas expressou "apreço pelo apoio de Blinken" às tentativas da EU em fazer chegar a "democracia à Venezuela".

Numa declaração conjunta na quinta-feira, os dois diplomatas concordaram o "seu forte apoio aos esforços para restaurar a ordem democrática na Venezuela".

"Alguém me explique em que prejudica a oposição e o processo eleitoral ao enviarmos uma missão para observar e denunciar o não cumprimento das condições", concluiu Borrell, insistindo que a missão europeia "não legitima" o processo.

Em 21 de novembro, a Venezuela vai realizar regionais e locais, nas quais os cidadãos vão eleger os governadores dos 23 estados do país sul-americanos e os presidentes das câmaras de 335 municípios, além dos representantes dos conselhos legislativos.

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