A ratificação a 09 de setembro de uma lei eleitoral -- manifestamente talhada à medida do homem forte do leste Khalifa Haftar -- provocou um aumento das tensões a três meses da crucial dupla votação anunciada para 24 de setembro mas que parece cada vez mais hipotética.
Não submetido a votação e assinado pelo chefe do parlamento em Tobrouk (este), Aguila Saleh, um aliado do marechal Haftar, o texto foi acolhido com muitas críticas de deputados e de outros órgãos afastados do processo legislativo.
"Não reconhecemos a ratificação da lei relativa à eleição do Presidente, decisão tomada sem voto legal nem consenso", disse hoje Khaled el-Mechri, presidente do HCE numa conferência de imprensa em Tripoli.
O HCE "preparou um projeto de base constitucional" e propôs a realização de eleições legislativas a 24 de dezembro para criar um conselho de duas câmaras no país, disse.
Uma vez criado, o novo órgão substituiria o parlamento com sede em Tobrouk bem como o HCE, com base em Tripoli, que é hostil à fação pró-Haftar.
O responsável explicou que as eleições presidenciais seriam então marcadas depois da adoção de uma nova constituição.
A realização de eleições presidenciais em dezembro, como previsto, "não trará estabilidade à Líbia neste momento", afirmou Khaled el-Mechri, alertando que se o parlamento insistir em manter a sua lei eleitoral presidencial a verá como um "claro impedimento ao processo eleitoral".
A Líbia tem tentado sair de uma década de violência, desde a queda do regime de Muammar Kadhafi, em 2011. Em março foi formado um governo de unidade, sob a égide da ONU, para liderar a transição, até às eleições.
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