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Merkel destaca junto de Putin valor das conversações de paz sobre Ucrânia

A chanceler alemã, Angela Merkel, destacou hoje em Moscovo o valor das conversações de paz sobre o conflito no leste da Ucrânia, defendendo que devem ser "mantidas vivas", apesar do ritmo lento do processo e das fortes tensões russo-ucranianas.

Merkel destaca junto de Putin valor das conversações de paz sobre Ucrânia
Notícias ao Minuto

19:59 - 20/08/21 por Notícias ao Minuto

Mundo Ucrânia

"O meu conselho é continuar a tentar manter este formato [as conversações de paz] vivo e que ele não acabe num impasse. (...) Mesmo se o progresso não for tão rápido como esperávamos", afirmou a chanceler alemã durante uma conferência de imprensa conjunta com o Presidente russo, Vladimir Putin, realizada hoje na capital russa, Moscovo.

Ao seu lado, o líder russo também fez um apelo nesse sentido, acusando, porém, a Ucrânia de querer boicotar o processo.

"A impressão é que as autoridades do país decidiram abandonar uma solução pacífica por princípio", comentou o Presidente russo.

Em 2015, os acordos de paz de Minsk foram assinados, sob a égide da Alemanha e de França, com o objetivo de acabar com o conflito no leste da Ucrânia, disputado entre as forças de Kiev e os separatistas pró-russos.

Este texto político de iniciativa internacional transformou-se, no entanto, em letra morta e as disposições foram regularmente violadas, nomeadamente as tentativas de tréguas, e com o registo de múltiplas trocas de acusações de incumprimento entre Moscovo e Kiev.

"Não há outro instrumento para alcançar a paz" nestas regiões, insistiu Putin, apelando para que os acordos sejam tratados "com respeito e sensibilidade".

Vladimir Putin também pediu a Merkel, que irá visitar a Ucrânia no domingo, para que "influencie o lado ucraniano a respeitar as suas obrigações" no âmbito dos acordos de paz.

A guerra no leste ucraniano já fez mais de 13 mil mortos desde o seu início em 2014, conflito desencadeado após forças políticas pró-ocidentais terem assumido o poder em Kiev e depois de Moscovo ter anexado a península ucraniana da Crimeia.

Na mesma conferência de imprensa, Angela Merkel, que deixará a liderança da Alemanha no outono, disse a Putin que continuará a "trabalhar para (a preservação da) integridade territorial da Ucrânia até ao último dia" do seu mandato.

Moscovo sempre rejeitou qualquer envolvimento militar no conflito no leste ucraniano, apesar das denúncias internacionais constantes e dos factos relatados e constatados por vários 'media'.

Kiev e o Ocidente têm acusado a Rússia de fornecer armas aos separatistas pró-russos e de ter destacados militares para o leste ucraniano.

Perante o envolvimento russo no conflito ucraniano, a União Europeia (UE) impôs sanções a Moscovo.

Ainda na conferência de imprensa conjunta, Merkel e Putin defenderam o projeto do controverso gasoduto germano-russo Nord-Stream 2, que é contestado por vários países, nomeadamente pela Ucrânia que argumenta que terá fortes repercussões económicas a partir do momento em que o gasoduto comece a operar.

Merkel destacou que o Nord-Stream 2 é um "projeto de alcance europeu", enquanto Putin rejeitou a ideia de que este gasoduto é um "projeto político" e enalteceu as características ambientais ao nível da redução das emissões de dióxido de carbono.

O gasoduto Nord-Stream 2 começa na Rússia e passa por áreas marítimas da Finlândia, Suécia, Dinamarca e da Alemanha, antes de alcançar a costa alemã.

O plano é transportar gás natural (com uma capacidade na ordem dos 55 mil milhões de metros cúbicos anuais) diretamente da Rússia para a Europa, num trajeto de cerca de 1.200 quilómetros.

O projeto permitirá a Moscovo duplicar as entregas de gás natural russo na Europa, em especial na Alemanha.

Leia Também: Merkel pede a Putin que liberte Navalny, mas líder russo rejeita apelo

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