"Não temos o direito de falhar. Temos de ter êxito para bem do povo malgaxe", disse Rajoelina num discurso transmitido domingo pela televisão, segundo os meios de comunicação locais, como o diário L'Express.
Entre os principais nomes do novo gabinete estão Rindra Hasimbelo Rabarinirinarison, como chefe da pasta da Economia e Finanças, e Herilaza Imbiki, como o novo ministro da Justiça.
Apesar da severa remodelação, nem tudo são caras novas, com dez nomes da antiga equipa.
Esta remodelação surge semanas após o desmantelamento de uma alegada conspiração para encenar um golpe e alegadamente assassinar Rajoelina e outras figuras proeminentes.
Um primeiro grupo de seis pessoas foi preso a 20 de julho e mais 21 suspeitos foram presos a 02 de agosto, segundo Berthine Razafiarivony, o procurador-geral do Tribunal de Recurso na capital, Antananarivo.
Entre estas 21 pessoas, 12 eram das forças armadas - incluindo cinco generais, dois capitães e quatro oficiais subalternos - e quatro eram polícias militares e militares reformados - tanto malgaxes como franceses - assim como cinco civis.
Além disso, os seis indivíduos inicialmente detidos incluíam um nacional francês e um nacional franco-malgaxe, antigos membros do exército e a Gendarmerie Nationale (a força policial do país), outro suspeito com dupla nacionalidade e três nacionais malgaxes.
De acordo com o Ministério Público, vários materiais foram confiscados durante as investigações, incluindo uma espingarda, dinheiro, dois veículos com tração às quatro rodas, telefones e equipamento informático.
Um dos documentos confiscados continha um "plano estratégico, político e operacional" para eliminar cinco altos funcionários do governo malgaxe, a fim de derrubar o executivo e tomar o poder, revelou Razafiarivony.
Além disso, entre os e-mails analisados, os investigadores encontraram uma mensagem dirigida à companhia petrolífera Madagáscar Oil a pedir financiamento e colaboração, o que a companhia confirmou em declarações aos meios de comunicação, no final de julho.
Os detidos foram acusados de ataques contra a segurança do Estado.
Rajoelina, que foi presidente de 2009 a 2014, iniciou o seu segundo mandato em Madagáscar no início de 2019, depois de derrotar Marc Ravalomanana numa segunda volta das eleições.
A nação insular tem estado mergulhada numa crise política há quase uma década, desde que em 2009 o próprio Rajoelina, com a ajuda do exército, expulsou Ravalomanana (2002-2009) do poder, num golpe de Estado sangrento no qual uma centena de pessoas foi morta.
Madagáscar é atualmente um dos países mais pobres do mundo e, além disso, a sua zona sul está a passar por uma fome devastadora que afeta mais de um milhão de pessoas, segundo dados do Programa Alimentar Mundial das Nações Unidas (PAM).
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