"É uma situação muito perigosa, com atos mais graves observados nos dois lados nos últimos dois dias", alertou a FINUL num comunicado.
O comandante da missão da ONU, o general Stefano Del Col, afirmou estar em contacto com as partes, pedindo-lhes para que "cessem o fogo imediatamente".
Del Col realizou na quinta-feira uma reunião tripartida com responsáveis militares de Israel e do Líbano, tendo declarado, segundo um comunicado, que "neste período de instabilidade regional, o papel de coordenação e de ligação da FINUL deve mais do que nunca ser respeitado por todas as partes".
O exército israelita realizou hoje ataques contra o Líbano em resposta ao lançamento de 'rockets' (foguetes) do país vizinho, reivindicado pelo movimento xiita libanês Hezbollah, dois dias depois de trocas de tiros semelhantes.
Na quarta-feira, três 'rockets' foram disparados do Líbano sobre Israel: dois caíram em território israelita e o terceiro não atravessou a fronteira, segundo o exército do Estado hebreu. Este respondeu inicialmente com tiros de artilharia e depois com ataques aéreos no sul do Líbano, os primeiros há muitos anos.
Os disparos de quarta-feira não foram reivindicados.
O último aumento na tensão entre os dois campos foi em 2019, quando o Hezbollah tomou como alvo um veículo militar israelita em represália por dois ataques "israelitas" contra o movimento, na Síria e no Líbano.
Na altura, o partido xiita prometeu responder às mortes de dois dos seus membros num ataque aéreo israelita perto de Damasco, acusando ainda Israel de ter lançado um ataque com um avião não tripulado ('drone') nos subúrbios a sul de Beirute, o seu principal bastião na capital libanesa.
Em 2006, o último grande confronto entre Israel e o Hezbollah causou mais de 1.200 mortos do lado libanês, na maioria civis, e 160 do lado israelita, maioritariamente militares.
Após vários conflitos, Israel e o Líbano permanecem tecnicamente em estado de guerra e a FINUL está destacada no sul do Líbano para agir como uma barreira entre os dois países.
Leia Também: Síria: ONU denuncia nova escalada na cidade onde começou a guerra