"O tribunal absolveu Ibrahim Zakzaky e a sua esposa de todas as acusações contra eles. Foram hoje libertados", afirmou Sadau Garba, um dos seus advogados, à agência France-Presse (AFP).
"Iremos certamente procurar obter uma indemnização por parte do Governo do estado de Kaduna por toda a privação e sofrimentos enfrentados pelo nosso cliente", acrescentou o advogado.
Segundo Garba, Zakzaky e a sua mulher "devem agora regressar a casa, descansar e atender às suas necessidades médicas urgentes".
Zakzaky, líder do Movimento Islâmico da Nigéria (IMN, na sigla inglesa), estava detido pelas autoridades nigerianas desde 2015.
Zakzaky tinha sido detido durante uma manifestação na cidade de Zaria, no Estado de Kaduna, norte da Nigéria, acusado de "tentativa de assassínio, reunião ilegal e alteração da ordem pública", sendo que deveria ter sido libertado no final de 2016, segundo uma ordem judicial ignorada pela justiça nigeriana.
Nos confrontos que em 2015 levaram à detenção de Zakzaky, cerca de 350 xiitas morreram no espaço de três dias, durante uma manobra de repressão do Exército que foi criticada por organizações de defesa dos direitos humanos, como a Human Rights Watch.
O IMN, que surgiu como um movimento estudantil em 1978, antes de evoluir para um grupo revolucionário, continua hoje com ligações a Teerão, o que levanta tensões na Nigéria, onde a elite muçulmana sunita não esconde as afinidades com a Arábia Saudita.
Os xiitas representam uma minoria dos muçulmanos na Nigéria e dizem estar a ser perseguidos pelos sunitas, que constituem a maioria islâmica no país.
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