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África do Sul pede "total contenção" às autoridades no Essuatíni

A África do Sul instou hoje as forças de segurança do Essuatíni para mostrarem "total contenção" e para preservarem as vidas dos civis perante os violentos protestos que abalam o reino localizado na sua fronteira com Moçambique.

África do Sul pede "total contenção" às autoridades no Essuatíni
Notícias ao Minuto

13:16 - 01/07/21 por Lusa

Mundo Essuatíni

O Reino do Essuatíni, anteriormente conhecido como Suazilândia, tem sido palco, nos últimos dias, de manifestações contra aquela que é a última monarquia absoluta em África.

"O Governo sul-africano apela às forças de segurança para que exerçam total contenção e salvaguardem as vidas e os bens do povo", afirmou o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Clayson Monyela, citado pela agência France-Presse (AFP).

"Estamos particularmente preocupados com as notícias de perdas de vida e destruição de bens", acrescentou, numa declaração.

Os protestos são raros no Essuatíni, onde os partidos políticos estão proibidos há décadas, mas nas últimas semanas irromperam protestos violentos em partes do território contra aquela que é a última monarquia absoluta de África.

Segundo ativistas da sociedade civil, pelo menos oito pessoas morreram e dezenas ficaram feridas nos confrontos com a polícia.

Também a organização de defesa dos direitos humanos Human Rights Watch (HRW) apelou hoje também às autoridades locais para respeitarem os direitos dos cidadãos e as leis internacionais.

O Governo da antiga Suazilândia "deve garantir que as forças de segurança agem dentro da lei" e devem "evitar o uso arbitrário da força", disse Dewa Mavhinga, diretora da Human Rights Watch para a África Austral, citada num comunicado da organização.

A HRW entrevistou oito manifestantes por telefone que descreveram tanto "disparos indiscriminados contra manifestantes pelas forças de segurança", como "violência por parte de alguns manifestantes".

A organização faz referência também a uma petição de órgãos de comunicação social e entidades de defesa da liberdade de imprensa dirigida ao primeiro-ministro em exercício, Themba Masuku.

A petição pede ao governante que garanta que "a Internet, plataformas de redes sociais e todos os outros canais de comunicação estão abertos, seguros e acessíveis independentemente dos protestos", depois de relatos de algumas limitações naqueles serviços.

No país vivem cerca de mil portugueses, disse à Lusa o cônsul-honorário de Portugal em Mbabane, capital do reino de Essuatíni, Carlos Lopes.

Carlos Lopes deixou na quarta-feira um apelo à comunidade portuguesa "para que se mantenha calma e em casa", numa altura em que o Governo decretou a lei marcial e impôs um recolher obrigatório noturno.

Na semana passada, o Governo proibiu manifestações e o comissário da polícia nacional, William Dlamini, alertou que os seus homens iriam adotar uma política de "tolerância zero".

No poder desde 1986, o rei Mswati III, que tem 14 mulheres e mais de 25 filhos, é alvo de críticas pelo seu punho de ferro e pelo seu estilo de vida luxuoso num país em que dois terços dos 1,3 milhões de habitantes vivem abaixo do limiar da pobreza.

Leia Também: Reino do Essuatíni envia exército para conter protestos contra monarquia

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