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Milhares deixam Daca para evitar confinamento a partir de 2ªfeira

Dezenas de milhares de trabalhadores migrantes deixaram hoje Daca, capital do Bangladesh, para regressar às suas aldeias na véspera da imposição de um confinamento severo após um aumento "perigoso e alarmante" dos casos da variante Delta da covid-19.

Milhares deixam Daca para evitar confinamento a partir de 2ªfeira
Notícias ao Minuto

13:51 - 27/06/21 por Lusa

Mundo Covid-19

A partir de segunda-feira, os residentes do país terão de permanecer estritamente confinados nas suas casas e apenas os serviços de emergência e as empresas que trabalham para a exportação serão autorizados a continuar as suas atividades.

A maioria das atividades económicas, incluindo mercados, lojas, transportes e escritórios, terão de parar até quinta-feira.

As medidas, impostas depois de terem sido registados mais de 6.000 novos casos de covid-19 na quinta-feira e 108 mortes na sexta-feira, provocaram hoje um êxodo em massa de Daca de trabalhadores que serão privados dos seus meios de subsistência.

Com o transporte inter-regional já suspenso desde 22 de junho, os trabalhadores que desejavam regressar às suas aldeias amontoaram-se em riquexós, em motocicletas ou contrataram mesmo ambulâncias para saírem à pressa da capital.

Os serviços de 'ferries' estavam saturados, nalguns casos a funcionar 24 horas por dia, com mais de 1.000 passageiros em cada travessia.

"Não queremos que sobrecarreguem o 'ferry'. Mas eles não ouvem", afirmou preocupado o polícia Mohammad Reza.

Um responsável da empresa estatal de transportes fluviais do Bangladesh disse à AFP que hoje pelo menos 50.000 pessoas já tinham apanhado o 'ferry' para atravessar o rio.

Numa paragem de uma linha fluvial no município de Sreenagar, a cerca de 70 km a sul de Daca, vários milhares de pessoas tinham feito fila desde hoje de manhã para atravessar o Padma, um afluente do Ganges.

"Não temos outra escolha senão deixar a cidade", disse Fatema Begum, 60 anos, à AFP enquanto esperava pelo 'ferry'.

"Durante o confinamento, não há trabalho. E se não trabalharmos, como podemos pagar o aluguer? É por isso que arrumamos as nossas coisas e voltamos para as nossas aldeias", acrescentou.

Mohammad Masum, de 30 anos, um vendedor ambulante em Daca, prefere ir para casa e "passar tempo com a família" do que ficar confinado na capital.

No sábado, o porta-voz do Ministério da Saúde, Robed Amin, disse que efetivos da polícia e guardas de fronteira seriam destacados para impor o confinamento e que o exército poderia ser chamado, se necessário.

"A situação é perigosa e alarmante. Se não a contivermos agora, enfrentaremos uma situação semelhante à da vizinha Índia", disse Amin à AFP.

A Índia viveu recentemente uma devastadora segunda vaga da pandemia, que atingiu o pico em meados de maio, com mais de 400 mil novos casos por dia, mas a curva de contágio tem vindo a descer nas últimas semanas.

Já no Bangladesh, que tem uma população de cerca de 170 milhões de habitantes, as taxas de contágio têm vindo a aumentar acentuadamente desde meados de maio.

As autoridades dizem que a situação nas regiões próximas da fronteira com a Índia é catastrófica, com hospitais nas cidades de Khulna e Rajshahi sobrecarregados.

O Bangladesh comunicou mais de 880.000 contágios e mais de 14.000 mortes de covid-19, um número que, segundo os especialistas, está subestimado.

A pandemia de covid-19 provocou mais de 3,9 milhões de vítimas em todo o mundo, resultantes de perto de 180 milhões de casos de infeção diagnosticados oficialmente, segundo o balanço feito pela agência francesa AFP. 

A doença respiratória é provocada pelo novo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

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