Líder de Hong Kong adverte 'media' para não incitarem à revolta
A chefe do executivo de Hong Kong advertiu hoje que os meios de comunicação social não devem incitar à revolta contra o Governo, numa referência ao caso do jornal Apple Daily.
© Reuters
Mundo Revolta
Carrie Lam respondia a uma questão sobre as buscas efetuadas pela polícia, na semana passada, na sede do jornal Apple Daily e da detenção de cinco responsáveis, dois dos quais acusados de "conluio com um país estrangeiro", ao abrigo da lei de segurança da região semiautónoma chinesa.
"Criticar o Governo de Hong Kong não é um problema, mas se existe uma intenção de organizar ações que incitem à subversão do Governo, então é claro que é diferente", disse Lam.
"Os amigos dos meios de comunicação social devem ser capazes de distinguir entre os dois", acrescentou, na conferência de imprensa semanal.
Lam disse que o caso contra o Apple Daily não era um ataque ao "trabalho jornalístico normal", mas acusou o diário de ter tentado minar a segurança nacional da China em artigos publicados.
Questionada sobre o que considera o Governo de Hong Kong "trabalho jornalístico normal", Carrie Lam respondeu apenas: "Penso que está em melhor posição para responder a essa pergunta".
Além das detenções dos responsáveis do diário, que tem apoiado o movimento pró-democracia na região semiautónoma e criticado os líderes chineses, a polícia local congelou os bens e indicou que uma série de artigos exortava países estrangeiros a imporem sanções contra Hong Kong e China.
Durante muito tempo sede regional de vários 'media' internacionais, a cidade tem vindo a descer no índice anual de liberdade de imprensa da organização não governamental Repórteres Sem Fronteiras. No ano passado, ocupava o 18.º lugar e este ano está no 80.º.
Em Hong Kong, a liberdade de imprensa e de expressão estão definidas na Lei Básica, que estabelece os princípios fundamentais que a região administrativa especial chinesa deve seguir e respeitar, bem como o estatuto e o relacionamento com Pequim.
Na segunda metade de 2019, a antiga colónia britânica foi abalada por protestos antigovernamentais, que se prolongaram por vários meses, desencadeados pela apresentação de uma proposta de lei que previa a possibilidade de extradição judicial para a China.
A proposta foi retirada, mas Pequim aprovou, em 30 de junho de 2020, a lei da segurança nacional para o território, a qual prevê prisão perpétua para os crimes de secessão, terrorismo e conluio com forças estrangeiras.
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