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Jornal de Hong Kong decide na sexta-feira sobre possível encerramento

O conselho de administração do diário Apple Daily vai decidir na sexta-feira se encerra o jornal, depois do congelamento dos bens, ao abrigo da lei de segurança de Hong Kong.

Jornal de Hong Kong decide na sexta-feira sobre possível encerramento
Notícias ao Minuto

10:24 - 21/06/21 por Lusa

Mundo Apple Daily

"O conselho de administração... decidiu reunir-se na sexta-feira para determinar se deve terminar o Apple Daily", disse o jornal numa notificação enviada aos leitores.

Durante anos, o Apple Daily tem sido um firme apoiante do movimento pró-democracia na região semiautónoma e tem sido crítico dos líderes chineses.

O proprietário e magnata dos 'media' Jimmy Lai está atualmente detido, condenado a várias penas de prisão pelo envolvimento em protestos pró-democracia em 2019.

Foi também acusado ao abrigo da lei de segurança, que prevê a pena de prisão perpétua para crimes de secessão, terrorismo e conluio com forças estrangeiras.

Um dos conselheiros de Lai, a viver no estrangeiro, disse esta manhã que o congelamento dos bens do jornal, anunciado na passada semana pelas autoridades locais, impediu o funcionamento normal do diário.

"O nosso problema não é falta de fundos, temos 50 milhões de dólares (42 milhões de euros) no banco", disse Mark Simon à cadeia de televisão CNN.

Na quinta-feira, mais de 500 polícias invadiram os escritórios do jornal, numa operação que resultou na detenção de cinco responsáveis.

O diretor do jornal, Ryan Law, e o diretor-geral, Cheung Kim-hung, foram acusados na sexta-feira de "conluio com um país estrangeiro ou elementos externos para pôr em perigo a segurança nacional" chinesa. Um tribunal de Hong Kong negou, no sábado, fiança para os dois responsáveis.

É a primeira vez que opiniões políticas publicadas por um órgão de comunicação social de Hong Kong levam a um processo judicial ao abrigo da controversa lei imposta pela China, em 2020, na antiga colónia britânica.

Também hoje a plataforma pró-democracia Frente Civil dos Direitos Humanos (CHRF, sigla em inglês) anunciou que vai analisar, numa reunião geral em setembro, a sua dissolução, já que perdeu força com a saída de alguns dos membros, devido à situação política na cidade, de acordo com um dos responsáveis, Chun Chung-fai, citado pelo portal 'online' Hong Kong Free Press.

A CHRF anunciou ainda o cancelamento, pela primeira vez em 18 anos, da manifestação de 01 de julho, data da transferência da soberania do território do Reino Unido para a China, em 1997.

No ano passado, a polícia de Hong Kong proibiu a manifestação pela primeira vez em 17 anos, uma decisão justificada pelos episódios violentos ocorridos durante os protestos antigovernamentais, em 2019, e por violar as restrições impostas para combater a pandemia da covid-19.

Os protestos antigovernamentais, iniciados na segunda metade de 2019, na sequência da apresentação de uma proposta de lei que previa a possibilidade de extradição judicial para a China, prologaram-se por vários meses na região semiautónoma.

A proposta foi retirada, mas Pequim aprovou, em 30 de junho de 2020, a lei da segurança nacional para o território, levando vários ativistas a refugiar-se no Reino Unido e em Taiwan.

A lei foi criticada pela UE, pelos Estados Unidos e pela ONU por violar o princípio "Um país, dois sistemas", acordado na transferência de Hong Kong, em 1997 e que garantia à antiga colónia britânica liberdades desconhecidas no resto da China.

Leia Também: Jornal pró-democracia de Hong Kong sem conseguir pagar salários

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