Líbano em greve geral em protesto contra crise política e económica
Lojas, administração pública, empresas e bancos fecharam hoje as portas no Líbano, no âmbito de uma greve geral para protestar contra o agravamento das condições económicas e exigir um Governo que solucione a crise política e económica.
© Getty Images
Mundo Líbano
A greve, acompanhada de vários bloqueios de estrada montados à volta de Beirute e outras cidades, foi ironicamente apoiada pelos mesmos partidos políticos aos quais se atribui a culpa por meses de impasse para formar um Governo.
Esta tomada de posição atraiu críticas de muitos ativistas e comentadores, que questionaram por que razão estão aqueles que levaram o país à crise económica e financeira também em greve.
O Líbano está sem um Governo em exercício pleno desde agosto de 2020.
O primeiro-ministro nomeado para o cargo em outubro, Saad Hariri, não conseguiu obter o apoio da Presidência por causa das suas escolhas para o novo executivo, e as duas partes entraram em conflito sobre quem deve ter mais poder decisório sobre a formação de um Governo.
O Banco Mundial descreveu a crise económica e financeira do Líbano como uma das piores do mundo nos últimos 150 anos.
A crise, que se vem agravando desde 2019, atingiu um novo nível nas últimas semanas: há escassez de combustível, aumentaram os cortes de energia elétrica, e os medicamentos -- na maioria, importados -- têm faltado.
Os hospitais fecharam os seus laboratórios aos doentes externos, os preços dispararam e o valor dos salários caiu, porque a moeda nacional, há 30 anos indexada ao dólar, está em queda livre.
No mercado negro, a libra libanesa é vendida por quase dez vezes mais que a sua cotação oficial face ao dólar.
O colapso financeiro está a ameaçar a existência do exército nacional, eliminando os salários dos soldados e colocando uma pressão sem precedentes nas capacidades operacionais militares.
França vai hoje realizar uma reunião virtual de recolha de fundos destinada a mobilizar ajuda, incluindo alimento, medicamentos e equipamento médico para o exército libanês. Espera-se que mais de 20 países participem.
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