O primeiro-ministro disse que a maior ameaça de Israel continua a ser a possibilidade de o Irão aceder a armas nucleares, mostrando-se preparado para evitar esse cenário a todo o custo, mesmo que os Estados Unidos e outros países sejam bem-sucedidos a restabelecer o acordo nuclear com os iranianos.
"Se tivermos que escolher - espero que isso não aconteça - entre um atrito com o nosso grande amigo, os Estados Unidos, e a eliminação da ameaça existencial -- escolheremos a eliminação da ameaça existencial", explicou Netanyahu.
O primeiro-ministro israelita - cujo futuro político está em risco, depois de a oposição ter conseguido uma plataforma de apoio governamental -- falava durante uma cerimónia para David Barnea, o novo chefe da agência de espionagem israelita, Mossad.
O Irão acusou Israel de estar por detrás de uma série de ataques para matar cientistas nucleares iranianos ou para sabotar instalações nucleares iranianas.
Os comentários de Netanyahu ocorrem a meio de negociações em curso em Viena, entre países que procuram atualizar e restabelecer o acordo nuclear com o Irão, de 2015, em linha com a promessa de campanha do Presidente norte-americano, Joe Biden, depois de o antecessor deste, o republicano Donald Trump, ter abandonado o pacto unilateralmente, impondo sanções a Teerão.
Netanyahu tem-se oposto firmemente ao acordo, argumentando que não há salvaguardas suficientes para impedir o Irão de desenvolver armas nucleares.
Israel também diz que o acordo nuclear deve abordar o apoio do Irão a grupos militantes, as suas ações militares na região e o seu desenvolvimento de mísseis de longo alcance capazes de atingir Israel.
O Irão argumenta que o seu programa nuclear se destina apenas a fins pacíficos e que o acordo nuclear deve ser restabelecido sem quaisquer alterações.
Estes acontecimentos ocorrem no meio de um cessar-fogo entre Israel e o movimento islâmico Hamas, na Faixa de Gaza, após um violento conflito armado, que durou 11 dias e matou mais de 250 pessoas, a maioria palestinianas.
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