Brasil. Campanha para identificar restos mortais de mais de 3 mil pessoas

O Brasil lançou hoje uma campanha que permitirá aos parentes de pessoas desaparecidas doarem voluntariamente o seu ADN para comparar com dados genéticos de mais de três mil restos mortais sem identificação que foram recolhidos no país.

Brasil lança campanha para identificar restos mortais de mais de 3 mil pessoas

© Lusa

Lusa
25/05/2021 18:08 ‧ 25/05/2021 por Lusa

Mundo

Brasil

Segundo o Ministério da Justiça e Segurança Pública brasileiro, que dirige a campanha, o Banco Nacional de Perfis Genéticos possui atualmente 3.856 vestígios não identificados, dos quais possui o ADN de 3.088 pessoas.

A ideia é recolher amostras nos 27 estados do país entre os dias 14 e 18 de junho, numa campanha que, segundo nota emitida pelo Governo brasileiro, "tem como objetivo principal coletar materiais biológicos de familiares e auxiliar na solução de casos de desaparecimento".

O ADN será recolhido esfregando-se um cotonete na boca do voluntário, procedimento que será realizado sob todos os parâmetros de biossegurança exigidos pela pandemia do novo coronavírus.

O material servirá para uma possível identificação do vínculo genético com as amostras já registadas no Banco Nacional de Perfis Genéticos e será utilizado exclusivamente para esse fim, segundo o Governo brasileiro.

"Quanto mais pessoas doam, maiores são as possibilidades de cruzar informações e ajudar na identificação de pessoas desaparecidas no país", afirmou o Ministério da Justiça em nota.

O lançamento da campanha acontece na data em que se comemora o Dia Internacional da Criança Desaparecida.

Segundo dados do Sistema Nacional de Localização e Identificação de Desaparecidos do Ministério Público (Sinalid), atualmente, 31,65% das pessoas desaparecidas no Brasil têm entre 12 e 17 anos.

A questão dos desaparecimentos no Brasil foi regulamentada por lei em 2019, portanto, o processo de implementação de um sistema de informação unificado e de uma política nacional está apenas no início.

Segundo especialistas, o facto de o Brasil não possuir dados consolidados a nível detalhado, unificado e atualizado sobre desaparecimentos, dificulta as buscas e impede o conhecimento da realidade deste fenómeno no país.

De acordo com a última versão do Anuário de Segurança Pública, 79.839 pessoas desapareceram no Brasil em 2019 e outras 39.120 foram localizadas.

O Governo brasileiro também disponibilizou o curso "Técnicas de Localização de Pessoas Desaparecidas" cujo material já está disponível para todos os profissionais do Sistema Único de Segurança Pública (SUSP) na plataforma de Ensino a Distância da Secretaria de Gestão e Ensino em Segurança Pública (Rede EaD-Segen).

O objetivo do curso é capacitar os agentes para o enfrentamento ao desaparecimento de pessoas, de forma técnica, organizada e colaborativa.

Leia Também: Ex-presidente Dilma Rousseff sentiu-se mal e foi internada no Brasil

Partilhe a notícia

Escolha do ocnsumidor 2025

Descarregue a nossa App gratuita

Nono ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas