Segundo a Comissão Nacional do Mercado de Valores (CNMV) espanhola, o banco não respeitou algumas regras acerca da relação com os clientes e da informação que passou aos clientes sobre os produtos que comercializava, já que se tratavam de aplicações financeiras complexas.
O Santander já anunciou que vai recorrer da decisão, realçando que a própria CNMV aprovou a venda das obrigações convertíveis em 2007, antes do início da crise financeira.
Na altura, o Santander vendeu nos seus balcões 7 mil milhões de euros em obrigações que se converteriam em ações de forma a financiar a sua compra da unidade brasileira do holandês ABN Amro.
Quando as obrigações da emissão "Valores Santander" foram vendidas aos clientes estavam avaliadas a um preço unitário de conversão de 12,96 euros, mas quando foram transformadas em capital do banco, em 2012, a cotação dos títulos tinha caído para baixo dos 6 euros, provocando perdas elevadas aos clientes.
"Parece-me certo e adequado que o regulador imponha multas, apesar de me parecer pequeno [o montante]", afirmou à agência Bloomberg Jose de Zubeldia, cuja mulher investiu 100 mil euros neste produto, revelando que o Santander já devolveu essa soma que tinha sido aplicada.
Este não é um caso isolado em Espanha, já que há outros bancos, incluindo o estatal Bankia que estão a ser obrigados a compensar os clientes por vendas impróprias de produtos complexos.
Paralelamente, a CNMV também anunciou hoje que decidiu multar Jaime Botin, irmão do presidente do Santander, Emilio Botin, em 500 mil euros, por não ter conseguido dar ao supervisor a informação completa acerca da sua participação no Bankinter, no qual, segundo o regulador, detém uma posição de 24%.