"A Líbia não servirá como guardiã das fronteiras da Europa, mas também não pode servir como uma rota (de fuga) para os africanos que sofrem opressão e miséria", disse Al-Mangoush, citada hoje pela imprensa local.
A ministra líbia também instou a União Europeia a entregar, o mais rapidamente possível, a ajuda à segurança nas fronteiras a que se comprometeu.
Najla Al-Mangoush exortou também aos Estados do Sahel a redobrarem os seus esforços para impedir as redes de contrabando de armas, pessoas, combustível e outros produtos e, assim, desmantelar a economia paralela que domina a região.
O objetivo é "devolver a dignidade ao povo", sublinhou, antes de anunciar que enviaria ao parlamento líbio uma proposta para a promoção de uma lei que permita punir os traficantes e os seus cúmplices.
"Pedimos aos países vizinhos que façam o mesmo e detenham os seus cidadãos", acrescentou, referindo ainda a necessidade de que todos os mercenários estrangeiros que chegaram durante a guerra civil - a maioria deles russos e sírios, mas também muitos chadianos, sudaneses, árabes, europeus e de outras nações da África Subsaariana -- saiam da Líbia.
Num discurso feito durante a sua visita à cidade de Qatarum, no sul, e à passagem de fronteira de Al-Tom, que separa a Líbia do Níger, a chefe da diplomacia líbia do Governo de Acordo Nacional (GAN) anunciou que viajará nos próximos meses aos países vizinhos para promover a criação de um mecanismo regional comum contra todos os tipos de contrabando.
A Líbia é um Estado falido, vítima do caos e da guerra civil, após a queda em 2011 do regime do Presidente Muammar Khadafi.
Desde março passado, o poder está nas mãos do GAN - eleito pelo Fórum para o Diálogo Político da Líbia (FDPL), um órgão criado pela ONU -- que deve unificar o país, manter o cessar-fogo e liderá-lo até as eleições legislativas marcadas para 24 de dezembro.
Nos últimos cinco anos, a Líbia tornou-se um local de contrabando e o motor de uma economia paralela no Norte de África e no Sahel, que prospera com a venda ilegal de combustível, armas e alimentos, empregando milhares de pessoas e tornando as suas costas a principal via para a migração irregular no Mediterrâneo Central, a rota de migração mais mortal do mundo.
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