Líbia. MNE diz que Líbia não será guardiã fronteiriça da Europa

A ministra dos Negócios Estrangeiros da Líbia, Najla Al-Mangoush, declarou hoje que o seu país não está disposto a tornar-se o guardião da fronteira sul da Europa.

ministra dos Negócios Estrangeiros da Líbia, Najla Al-Mangoush

© Getty Images

Lusa
10/05/2021 15:47 ‧ 10/05/2021 por Lusa

Mundo

Líbia

"A Líbia não servirá como guardiã das fronteiras da Europa, mas também não pode servir como uma rota (de fuga) para os africanos que sofrem opressão e miséria", disse Al-Mangoush, citada hoje pela imprensa local.

A ministra líbia também instou a União Europeia a entregar, o mais rapidamente possível, a ajuda à segurança nas fronteiras a que se comprometeu.

Najla Al-Mangoush exortou também aos Estados do Sahel a redobrarem os seus esforços para impedir as redes de contrabando de armas, pessoas, combustível e outros produtos e, assim, desmantelar a economia paralela que domina a região.

O objetivo é "devolver a dignidade ao povo", sublinhou, antes de anunciar que enviaria ao parlamento líbio uma proposta para a promoção de uma lei que permita punir os traficantes e os seus cúmplices.

"Pedimos aos países vizinhos que façam o mesmo e detenham os seus cidadãos", acrescentou, referindo ainda a necessidade de que todos os mercenários estrangeiros que chegaram durante a guerra civil - a maioria deles russos e sírios, mas também muitos chadianos, sudaneses, árabes, europeus e de outras nações da África Subsaariana -- saiam da Líbia.

Num discurso feito durante a sua visita à cidade de Qatarum, no sul, e à passagem de fronteira de Al-Tom, que separa a Líbia do Níger, a chefe da diplomacia líbia do Governo de Acordo Nacional (GAN) anunciou que viajará nos próximos meses aos países vizinhos para promover a criação de um mecanismo regional comum contra todos os tipos de contrabando.

A Líbia é um Estado falido, vítima do caos e da guerra civil, após a queda em 2011 do regime do Presidente Muammar Khadafi.

Desde março passado, o poder está nas mãos do GAN - eleito pelo Fórum para o Diálogo Político da Líbia (FDPL), um órgão criado pela ONU -- que deve unificar o país, manter o cessar-fogo e liderá-lo até as eleições legislativas marcadas para 24 de dezembro.

Nos últimos cinco anos, a Líbia tornou-se um local de contrabando e o motor de uma economia paralela no Norte de África e no Sahel, que prospera com a venda ilegal de combustível, armas e alimentos, empregando milhares de pessoas e tornando as suas costas a principal via para a migração irregular no Mediterrâneo Central, a rota de migração mais mortal do mundo.

Leia Também: Seis pessoas mortas em naufrágio de barco ao largo da costa da Líbia

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