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Síria: 2/3 das mulheres e crianças britânicas são vítimas de tráfico

Quase dois terços das mulheres e crianças britânicas mantidas em campos no nordeste da Síria são vítimas de tráfico de pessoas, avançou hoje a organização humanitária Reprieve, denunciando o seu "abandono" por Londres.

Síria: 2/3 das mulheres e crianças britânicas são vítimas de tráfico
Notícias ao Minuto

15:54 - 30/04/21 por Lusa

Mundo Síria

As mulheres, algumas das quais tinham acabado de fazer 12 anos quando foram levadas para a Síria, foram vítimas do grupo Estado Islâmico, que as sujeitou a formas de exploração, incluindo sexual, revela uma investigação desta organização com sede no Reino Unido.

A Organização Não Governamental (ONG) estima que 25 britânicos adultos e 34 crianças permaneçam na região, sendo que quase dois terços (63%) são vítimas de tráfico humano, forçados a ir para a Síria enquanto crianças ou detidos e deslocados internamente contra a sua vontade.

Num relatório de 70 páginas, hoje divulgado, a Reprieve acusa o Governo britânico de "abandonar sistematicamente" estas pessoas, ao privá-los da nacionalidade britânica, recusar-se a repatriar famílias e não lhes conceder assistência consular.

Um caso foi particularmente divulgado, o de Shamima Begum, que partiu aos 15 anos para a Síria, onde se casou com um 'jihadista'. Agora, com 19 anos, e detida num campo, perdeu a sua nacionalidade e a Justiça britânica recusa o seu regresso ao país.

A relatora especial das Nações Unidas para estas questões, Siobhán Mullally, escreveu, num prefácio do relatório, que o Reino Unido está a falhar o cumprimento dos seus próprios compromissos.

"Existem lacunas urgentes de proteção em relação aos cidadãos britânicos, incluindo crianças, detidos em campos do nordeste da Síria, muitos dos quais são vítimas ou potenciais vítimas de tráfico humano", disse.

A investigação da ONG baseou-se em pesquisas realizadas na região desde 2017, incluindo entrevistas com detidos e com os seus familiares.

A Reprieve adianta ainda que pediu ao Governo do primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, para cumprir as suas "obrigações legais" de proteger as vítimas de tráfico humano, tendo-lhe sido respondido que os membros ou apoiantes do Estado Islâmico devem ser levados à Justiça na jurisdição "mais apropriada".

"A nossa prioridade é garantir a segurança e a proteção do Reino Unido", afirmou uma porta-voz do Governo.

"Sempre que tivermos conhecimento de crianças britânicas desacompanhadas ou órfãs ou se crianças britânicas solicitarem assistência consular, procuraremos facilitar o seu regresso, mas será sujeito às questões de segurança nacional", adiantou.

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