Meteorologia

  • 20 ABRIL 2024
Tempo
16º
MIN 15º MÁX 23º

ONU "profundamente preocupada" com conflito no Tigray

O Conselho de Segurança aprovou hoje unanimemente, seis meses depois do início do conflito na província Etíope de Tigray, uma declaração em que manifesta "profunda preocupação" com a situação e apela à facilitação ao acesso humanitário às vítimas.

ONU "profundamente preocupada" com conflito no Tigray
Notícias ao Minuto

00:03 - 23/04/21 por Lusa

Mundo ONU

A aprovação da declaração aconteceu uma semana depois de o secretário-geral adjunto da ONU responsável pelos assuntos humanitários, Mark Lowcock, afirmar perante o Conselho que militares e milícias armadas continuam a cometer atrocidades contra a população de Tigray, incluindo execuções e violações de mulheres, e que há registo de mortes por fome.

Na declaração, os 15 membros do Conselho de Segurança expressam "profunda preocupação com as alegações de violações e abusos dos direitos humanos, incluindo relatos de violência sexual contra mulheres e meninas na região de Tigray" e pedem "investigações para encontrar os responsáveis ??e levá-los à justiça "

O Conselho apela também a "uma resposta humanitária reforçada e um acesso humanitário sem entraves a todos os que dela necessitam", incluindo no domínio da segurança alimentar.

Os membros do Conselho também reafirmam "firme apoio aos esforços de organizações regionais e sub-regionais" para por termo ao conflito.  

O primeiro-ministro etíope, Abiy Ahmed, Prémio Nobel da Paz em 2019, lançou uma intervenção militar em 04 de novembro para derrubar a Frente de Libertação do Povo Tigray (TPLF), o partido eleito e no poder no estado, e declarou a vitória em 28 de novembro, ainda que os combates continuem.

Anteriores discussões no Conselho de Segurança foram marcadas por divisões, com China e Rússia a rejeitarem uma tomada de posição por defenderem tratar-se de um assunto interno, e os membros africanos a privilegiar a mediação pela União Africana, segundo a AFP.

Após a aprovação da declaração, Geraldine Byrne Nason, embaixadora da Irlanda, o país que propôs a adoção da declaração, saudou o Conselho de Segurança por "romper o seu silêncio sobre a crise em Tigray" e "falar pela primeira a uma só voz para expressar sua preocupação coletiva sobre a desastrosa situação humanitária no terreno".

Pelo menos 4,5 milhões dos quase seis milhões de habitantes de Tigray precisam de ajuda humanitária, e o próprio governo etíope calcula que 91% da população precisa de ajuda alimentar de emergência, disse Lowcock na semana passada.

Sobre os relatos de violação sexual de mulheres, o responsável da ONU disse que na maioria dos casos são cometidas por homens uniformizados, das Forças De Defesa Nacional da Etiópia, mas também militares da Eritreia - que entraram no país em apoio ao governo etíope contra uma sublevação da minoria tigray - e ainda das forças especiais da etnia Amhara e outros grupos armados irregulares ou milícias. 

Quanto aos militares da Eritreia a operar na região, afirmou, devem "acabar com as atrocidades e retirar-se", não se ficando pelo anúncio de que irão sair, como até agora.  

A ONG no terreno, nomeadamente Amnistia Internacional e Médicos Sem Fronteiras (MSF), têm dado conta de ataques de soldados eritreus contra civis.

O executivo da Eritreia negou, anteriormente, relatos de abusos por soldados eritreus contra civis, incluindo massacres e violações.

O primeiro-ministro etíope, Abiy Ahmed, anunciou anteriormente o início da retirada das tropas eritreias da região.

Leia Também: Cruz Vermelha fala em relatos "horríveis" de violência sexual em Tigray

Recomendados para si

;
Campo obrigatório