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NATO solidária com Praga perante "ações desestabilizadoras" da Rússia

A NATO manifestou hoje a sua solidariedade com a República Checa e mostrou-se "profundamente preocupada" com as "ações desestabilizadoras da Rússia", após Praga ter culpado o Kremlin por uma explosão num depósito de munições do país em 2014.

NATO solidária com Praga perante "ações desestabilizadoras" da Rússia
Notícias ao Minuto

11:27 - 22/04/21 por Lusa

Mundo NATO

"Os Aliados exprimem a sua profunda preocupação relativamente às ações desestabilizadoras que a Rússia continua a levar a cabo em toda a zona euro-atlântica, incluindo no território da Aliança, e mantém-se totalmente solidária com a República Checa", lê-se num comunicado da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO, na sigla em inglês).

A mensagem da Aliança foi publicada após o ministro dos Negócios Estrangeiros da República Checa, Jakub Kulhánek, ter hoje participado numa reunião do Conselho do Atlântico Norte.

Nessa reunião, o chefe da diplomacia checa informou os representantes permanentes dos diferentes Estados-membros da Aliança sobre "as atividades de agentes russos dentro da República Checa" em 2014, altura em que ocorreu uma explosão num depósito de munições perto da cidade de Vrbetice, que resultou na morte de duas pessoas, e que Praga diz ter sido orquestrada por Moscovo.

Segundo o comunicado da NATO, Kulhánek confirmou que as autoridades checas "identificaram dois agentes dos serviços de informações russos como sendo responsáveis" pela explosão do depósito em questão.

Trata-se dos mesmos agentes que "continuam a ser procurados pelas autoridades do Reino Unido" por envolvimento na tentativa de envenenamento do ex-agente duplo Sergei Skripal com um agente Novichok em Salisbury, em 2018.

A reação da Aliança surge após, na noite de quarta-feira, a União Europeia (UE) também ter manifestado a sua solidariedade com a República Checa, face ao que apelidou de "atividades criminosas no seu território".

Na nota, a UE "condena veementemente" as "atividades ilegais" perpetradas no território checo que "originaram as explosões no depósito de munições de Vrbetice em 2014".

A UE diz também levar "muito a sério as conclusões das autoridades checas" que, após "extensas investigações", determinaram que "agentes do Departamento Central de Informações russo (GRU, na sigla russa) perpetraram estas ações".

"A UE está profundamente preocupada com qualquer violação grosseira do direito internacional e da soberania da República Checa, bem como com qualquer ação deste tipo que vise qualquer outro Estado-membro da UE", lê-se na nota do alto representante da UE para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança.

Josep Borrell diz ainda que a Rússia "deve desistir de atividades que ameacem a segurança e a estabilidade na Europa e que sejam contrárias às suas obrigações internacionais".

Manifestando assim a sua solidariedade com a República Checa, a UE alude à expulsão pela Rússia de 20 diplomatas checos -- em retaliação à expulsão, por Praga, de 18 diplomatas russos devido ao incidente no depósito --, "condenando a reação desproporcional" assim como as "ameaças subsequentes" emitidas por Moscovo.

"As ações perturbadoras dos serviços de informação russos contra os interesses e a segurança da UE e dos seus Estados-membros continuarão a ser respondidas com a mais firme determinação", sublinha Borell.

No domingo, a Rússia anunciou a expulsão de 20 diplomatas checos e deu-lhes até ao fim do dia de segunda-feira para saírem do país, em retaliação após Praga ter expulsado 18 diplomatas russos, acusados de espionagem e de sabotagem.

Com base num relatório dos serviços de informações checos, Praga disse ter "evidências claras" de ligações entre agentes do serviço de informações militar russo (GRU) com a explosão no depósito de munições de Vrbetice, que provocou na altura duas mortes e importantes danos materiais.

De acordo com Praga, as munições no depósito pertenciam a um traficante de armas búlgaro que vendia armas a entidades que lutavam contra a Rússia.

O ataque aconteceu em 2014, após a anexação pela Rússia da península ucraniana da Crimeia e o início do conflito entre as forças ucranianas e os rebeldes apoiados pela Rússia no leste da Ucrânia.

Leia Também: Rússia considera "uma provocação" a expulsão de diplomatas russos

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