A intenção foi manifestada num comunicado oficial pelo ministro da Defesa russo, Sergueï Choïgou, após receber, em Moscovo, o chefe do novo governo unificado líbio, Abdelhamid Dbeibah, que terminou hoje uma visita de dois dias à Rússia, em que também foi recebido pelo Presidente russo, Vladimir Putin.
"Considero que a sua visita a Moscovo é um primeiro passo para o restabelecimento pleno da cooperação entre os ministérios da Defesa dos dois países. Estou certo de que o povo líbio, amigo da Rússia, ultrapassará estes longos anos de crise desencadeados por uma intervenção estrangeira brutal", afirmou Choïgou.
Em 2011, o regime de Kadhafi foi derrubado após uma operação militar apoiada pela Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO, na sigla em inglês) e inicialmente autorizada por Moscovo na ONU, antes de o Kremlin começar a denunciar o conflito.
Antiga aliada de Kadhafi, a Rússia apoiou, após a morte do líder líbio, um dos antigos oficiais do regime de Tripoli, Khalifa Haftar, que se tornou o "homem forte" do leste da Líbia.
Moscovo foi, então, acusado de enviar mercenários do conhecido Grupo de Wagner, uma organização paramilitar de origem russa, criada em 2007, para resgatar o poder.
Hoje, ainda segundo o comunicado do Ministério da Defesa russo, no encontro no Kremlin, o novo chefe do governo líbio agradeceu o apoio a Putin e apelou a criação de "novas pontes" entre Moscovo e Tripoli.
Dbeibah referiu que a Líbia necessita do apoio da Rússia para promover "um novo clima económico" no país.
Quinta-feira, Dbeibah também se reuniu com o primeiro-ministro russo, Mikhail Michoustine, tendo analisado, em particular, questões ligadas à área da energia.
Até muito recentemente, um governo do Ocidente, reconhecido pela ONU e apoiado pela Turquia, opunha-se às tropas do marechal Haftar, suportadas por Moscovo.
Em março deste ano, após negociações entre as duas partes, Dbeibah assumiu a chefia de um novo executivo unificado.
Leia Também: Líder do Conselho Presidencial quer "milícias" estrangeiras fora da Líbia