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Líder do Conselho Presidencial quer "milícias" estrangeiras fora da Líbia

O novo líder do Conselho Presidencial líbio, Mohamed Menfi, assegurou hoje em Atenas que fará "todos os esforços possíveis" para conseguir "a saída de todas as milícias" estrangeiras da Líbia, em guerra civil há quase uma década.

Líder do Conselho Presidencial quer "milícias" estrangeiras fora da Líbia
Notícias ao Minuto

13:33 - 14/04/21 por Lusa

Mundo Líbia

"(...) Iremos fazer todos os esforços possíveis para assegurar a soberania e a independência (da Líbia), que estão relacionados com a saída definitiva de todas as milícias do meu país", disse Mohamed Menfi durante um encontro com o primeiro-ministro grego, Kyriakos Mitsotakis, por ocasião de uma visita oficial à Grécia.

No mesmo encontro, o presidente do Conselho Presidencial líbio garantiu que já estão em curso negociações para que "o objetivo da saída das milícias seja cumprido", segundo indicou um comunicado emitido pelo executivo helénico.

Por seu lado, Kyriakos Mitsotakis prometeu o apoio da Grécia ao processo de reconstrução da Líbia, reiterando que "a condição indispensável" para a normalização política do país, com eleições gerais marcadas para dezembro deste ano, é "a partida de todas as forças (estrangeiras) do território líbio".

O chefe do executivo grego salientou igualmente a intenção dos dois países mediterrânicos de abordar "questões cruciais, tais como a delimitação de zonas marítimas" no Mediterrâneo Oriental, área geográfica que tem suscitado um clima de tensão entre a Grécia e a Turquia.

A visita de Mohamed Menfi à capital grega, Atenas, acontece uma semana depois da visita a Tripoli de Kyriakos Mitsotakis e do ministro dos Negócios Estrangeiros grego, Nikos Dendias, para planear a reabertura da embaixada grega na capital líbia.

A representação diplomática grega em Tripoli foi encerrada em julho de 2014, quando uma fragata da Marinha grega retirou cerca de 200 cidadãos gregos e outros estrangeiros do território líbio, envolvido num caos político e securitário desde a queda do regime de Muhammar Kadhafi em 2011.

Atenas quer aproveitar a normalização da situação política na Líbia, apoiada pela comunidade internacional, para restabelecer rapidamente as relações diplomáticas com este país mediterrânico, em particular para tentar contrariar os ímpetos da "vizinha" Turquia.

Na segunda-feira, o chefe da diplomacia helénica reiterou a rejeição da Grécia em relação "aos acordos ilegais concluídos pelo anterior governo (da Líbia) com a Turquia", numa referência ao acordo de delimitação de zonas marítimas assinado em 2019 entre Ancara e o antigo Governo de Acordo Nacional líbio liderado por Fatez al-Sarraj.

Na altura, o então embaixador líbio em Atenas, Mohamed Menfi, foi expulso por não ter revelado, como exigia o governo grego, o conteúdo do controverso acordo.

O acordo, que não é reconhecido por outros países limítrofes do Mediterrâneo Oriental, estabelece as fronteiras marítimas entre a Turquia e a Líbia, numa região rica em gás natural.

A Turquia apoia-se neste acordo para justificar a prospeção de gás natural que realiza em zonas marítimas disputadas, áreas que teoricamente se encontram dentro do espaço marítimo da Grécia ou de Chipre.

Na segunda-feira, o primeiro-ministro líbio, Abdul Hamid Dbeibah, chefe do novo governo interino, reuniu-se em Ancara com o Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, para conversações destinadas a reforçar a cooperação entre os dois países, nomeadamente para reafirmar o respetivo compromisso no acordo assinado em 2019.

A Turquia tem estado particularmente envolvida na Líbia através do apoio ao então Governo de Acordo Nacional, que controlava o oeste do país, contra o Exército Nacional Líbio, que dominava o leste e que contava com apoio de Atenas.

A Turquia enviou material militar e combatentes para a Líbia, contribuindo para reverter a balança do conflito em favor do governo de Tripoli.

O Governo interino líbio, que tomou posse em março, tem por objetivo reunificar o país e ainda promover a organização de eleições gerais marcadas para 24 de dezembro.

Leia Também: Turquia e Líbia reafirmam acordo de fronteiras marítimas contestado

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