"O congressista Matt Gaetz nunca me pediu perdão. Também deve ser lembrado que negou totalmente as acusações contra ele", afirmou Trump, numa declaração emitida pelo seu gabinete em resposta a um artigo do The New York Times que refere que Gaetz procurou a ajuda da Casa Branca no processo que o envolve.
O artigo refere que, nas últimas semanas de mandato do ex-presidente, Gaetz abordou o assunto em conversas privadas na Casa Branca, pedindo particularmente "indultos preventivos gerais para si e para aliados seus no Congresso", mas que tal foi negado pelo potencial de ser aberto um precedente.
O jornal refere ainda que não é claro se o assunto chegou ao próprio presidente e se este ou Gaetz tinham conhecimento da investigação envolvendo o congressista, que está a cargo do Departamento de Justiça.
O congressista mantém-se na Comissão de Justiça do Congresso, apesar de pressões de democratas no sentido do seu afastamento.
Kevin McCarthy, líder da maioria republicana no Congresso, afirmou na semana passada à Fox News que Gaetz perderá o lugar na Comissão caso a investigação a ser conduzida pelo Departamento de Justiça - cuja supervisão compete ao Congresso - conduza a uma acusação.
"Matt Gaetz afirma neste momento que (a alegada relação com uma menor de 17 anos) não é verdade e não temos qualquer informação. Portanto, vamos recolher informação. Se for verdade (que cometeu um crime), seria sim substituído", disse McCarthy.
Além de membro da Comissão de Justiça, o congressista de 38 anos integra também a Comissão do Serviço Militar, tendo-se notabilizado pela defesa acérrima do ex-presidente Trump, sobretudo nos dois processos de destituição de que foi alvo.
Duas fontes ligadas ao processo disseram à AP que Gaetz, eleito pelo Estado da Florida, tem conhecimento há meses de que é alvo de uma investigação federal, sob suspeita de que terá violado a lei de tráfico de menores, por viajar entre Estados com uma menor de 17 anos com quem mantinha relações sexuais.
No caso em curso há quase um ano, e que envolveu o topo da hierarquia do Departamento de Justiça, o congressista é também suspeito de ter mantido relações com outras menores.
Nos últimos meses, os investigadores interrogaram testemunhas e reviram documentos de viagem e financeiros do congressista.
Segundo o The New York Times, que noticiou a investigação em primeiro lugar, a investigação resulta de um processo anterior contra um político da Florida, Joel Greenberg, já constituído arguido por tráfico de menores, além de outras acusações de assédio a adversários políticos.
Gaetz rejeitou, em declarações à Axios, ter tido "qualquer relação com raparigas menores de idade" e disse que, segundo informação do sue advogados é apenas "sujeito" na investigação, não "alvo".
"Acredito que há pessoas no Departamento de Justiça que estão a tentar criminalizar a minha conduta sexual, de quando era solteiro. É certo que, nos meus dias de solteiro, tratei bem as mulheres com quem me relacionei. Paguei voos, quartos de hotel, fui um parceiro generoso", adiantou.
O congressista afirmou também estar a ser alvo de extorsão de um antigo responsável do Departamento de Justiça, David McGee, o que este, hoje um advogado, considerou "difamatório".
A líder da Câmara dos Representante, a democrata Nancy Pelosi, defendeu no final da semana passada que o Comité de Ética tome posição sobre o assunto.
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