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Alemanha vive pandemia a duas velocidades

A Alemanha, que atravessa a terceira vaga da pandemia de Covid-19, lida com realidades diferentes, com atrasos na vacinação e a maioria da população a pedir medidas mais rigorosas na contenção do vírus.

Alemanha vive pandemia a duas velocidades
Notícias ao Minuto

18:46 - 06/04/21 por Lusa

Mundo Covid-19

O número de novos casos na Alemanha não tem parado de escalar, com uma ligeira trégua nos últimos dias, que poderá ser explicada pelo atraso na contagem devido aos feriados da Páscoa. Mas se em Berlim os jardins de infância voltam a fechar já a partir de quinta-feira, na região do Sarre o desconfinamento começou hoje.

Sarre, o mais pequeno Estado federado da Alemanha, é o primeiro a dar este passo. Além das esplanadas, abrem cinemas, teatros, salas de concerto e ginásios. O pré-requisito para estar nestes locais é apresentar um teste à covid-19 negativo nas últimas 24 horas.

O ministro-presidente deste Estado acredita que, depois de um ano de pandemia, é preciso mais do que "fechar e restringir". Tobias Hans defende uma testagem maciça, com a oposição a apontar algumas falhas, como a falta de centros de teste abertos ao fim de semana.

O exemplo partiu de Tubinga, uma cidade universitária no Estado de Bade-Vurtemberga, com cerca de 90 mil residentes, que decidiu aplicar, no mês passado, o projeto piloto "Öffnen mit Sicherheit" (Reabertura com segurança). O truque está em milhares de testes. Em troca de um "negativo", há uma pulseira que permite a entrada a um teatro, cinema, ou a um almoço numa esplanada.

A apologia aos testes em Tubinga não é nova. Esta cidade, não muito longe de Estugarda, foi das primeiras a instituir a testagem sistemática nos lares de idosos, em abril do ano passado.

O português Rafael Gusmão da Silva, a viver em Tubinga, tem seguido com muito interesse o projeto, acreditando ser "muito positivo que a Câmara Municipal tenha tomado esta iniciativa para estudar alternativas a um 'lockdown' total".

Ainda assim, aponta como menos positivo a "enorme afluência de visitantes, alguns casos de fraude, e também pessoas que não respeitam as regras de cuidado vigentes". Apesar do aumento do número de novos casos, o governo de Bade-Vurtemberga decidiu hoje, ao final da tarde, prolongar o projeto.  

Se um regresso à normalidade é desejado, depois de mais de um ano em pandemia, a maioria dos alemães reconhece e defende medidas mais rígidas para combater o vírus. De acordo com uma sondagem revelada na semana passada pelo instituto Infratest Dimap, encomendado pela ARD, mais de dois terços da população (67%) concorda com os médicos de Unidades de Terapia Intensiva que apelam ao aumento de restrições.

Estes profissionais de saúde pedem que a vida social na Alemanha pare por duas ou três semanas para evitar que os hospitais fiquem sobrecarregados.

Quase metade da população (48%) considera as medidas atuais para conter a pandemia insuficientes, enquanto 24% as considera muito rígidas.

E se durante a primeira vaga, os alemães se mostravam satisfeitos com a atuação do governo na gestão da crise, agora, e de acordo com esta sondagem, 79% é crítica. O descontentamento deve-se sobretudo ao atraso na campanha de vacinação.

De acordo com dados do RKI, até 02 de abril, 12,1% da população tinha recebido pelo menos uma dose da vacina e 5,2% a segunda - 10,1 milhões e 4,3 milhões de cidadãos respetivamente.

O ministro da Saúde, Jens Spahn, espera que até o início de maio 20% da população tenha recebido a primeira dose da vacina. O objetivo declarado do governo de Angela Merkel é que até o final do verão todos os adultos que desejarem possam ser vacinados.

Ainda assim, a maioria dos alemães não acredita que a meta definida pelo governo seja cumprida. Um estudo levado a cabo pelo YouGov, e divulgado pela agência de notícias alemã dpa, indicou esta segunda-feira que 62% dos alemães é cético em relação à promessa do governo.

Hoje Berlim fechou temporariamente dois dos seus seis centros de vacinação por falta de vacinas. Segundo o jornal Berliner Kurier o motivo estará ligado a um camião de transporte. O departamento de Saúde do Senado já garantiu, entretanto que as 81 mil doses da vacina da BioNtech poderão ser administradas "normalmente" quarta-feira de manhã.

A capital volta a fechar jardins de infância a partir de quinta-feira, e mantém o recolher obrigatório decretado durante as férias da Páscoa. Para visitar um museu, ou um cabeleireiro, por exemplo, é necessário um teste negativo realizado nas últimas 24 horas.

A Alemanha registou 6.885 novas infeções pelo novo coronavírus e 90 mortos nas últimas 24 horas.

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